ISSN 2359-5191

21/09/2011 - Ano: 44 - Edição Nº: 87 - Sociedade - Universidade de São Paulo
Máscaras do Grupo Barracão tomam os palcos do TUSP até domingo

São Paulo (AUN - USP) - Durante os meses de agosto e setembro, o grupo Barracão está em cartaz no Teatro da USP (Tusp). O grupo apresenta duas de suas peças: Diário Baldio e Encruzilhados – Entre a Barbárie e o Sonho - as apresentações vão até domingo. O Barracão ministrou, também, dois workshops, de quatro dias cada: Máscara Neutra: Da Pré-expressividade à Expressividade do Ator e Meia-máscara Expressiva: Um Caráter em Ação, ambos ministrados por Tiche Vianna, diretora do grupo, que é referência nacional no assunto.

Formado em 1998, o grupo campineiro tem entre suas linhas de pesquisa a máscara, o palhaço, commedia dell'arte e a improvisação. Segundo Vianna, que atualmente também é professora convidada da Unicamp, a vinda a São Paulo é uma forma de não perder o contato com a metrópole e de fazer a metrópole ficar atenta à produção de fora. “É muito interessante o debate e o diálogo entre os pares, entre os fazedores que estão em busca das mesmas coisas em lugares diferentes, de modos diferentes” define Vianna. “O Tusp, na ocasião, me parece exatamente uma ponte. Porque como é ligado à universidade, mas é ligado à extensão, ele faz uma ponte interessante, pra nós, para trazer um certo repertório do Barracão”.

O primeiro curso, Máscara Neutra..., foi ministrado entre os dias 25 e 28 de agosto. A máscara neutra trabalha basicamente com os movimentos, gestos e ações do corpo. Vianna explica “é uma máscara que surge com a questão 'se eu tirar tudo do ator, se existir só o ator em cena – inclusive sem o rosto, sem o próprio rosto –, o que é que expressa? O quê que nele se expressa? O quê que a gente tem?'”. A diretora frisa que a máscara neutra é uma ferramenta de conhecimento do corpo para “saber o que ele faz antes de você querer que ele faça qualquer coisa, pra depois você começar a estudar quais as possibilidades de combinações de desenvolvimentos de potenciais que você tem no seu corpo e que podem ser pra você um material expressivo”.

Meia-máscara... (de 15 a 18 de setembro) atua em outro nível, o da máscara física. Se na máscara neutra o corpo e seu movimento pode ser tudo, na máscara expressiva a delimitação é maior. “Existe uma coisa que a gente estuda muito que é a dramaturgia da máscara, porque a gente entende que toda máscara é em si uma dramaturgia. Não há como escrever uma dramaturgia para a máscara. Quando você cria uma máscara, você está criando uma dramaturgia”.

Para Vianna, a máscara é um desafio ao ator. A partir do momento em que se tira o rosto do ator, ele vai necessariamente ter de recorrer a outras formas de expressão. “O tempo todo ela [a máscara] diz pra você 'ah, você tá enrolando, né? Isso não tá acontecendo, né? Peraí!'. Hoje eu ouvi muitas vezes isso no curso 'ó, você tá me enrolando', 'mentira, mentira!'. E é muito interessante porque o ator se dá conta no ato, ele sabe, é visível. Aí ele só tem a coragem de dizer 'putz, então quê eu faço? Então deixa eu sair daqui' e aí ele vai encontrando uma coisa que vai muito mais além”.

Serviço
O grupo Barracão tem sua temporada no Tusp até o dia 25 de setembro. A peça Encruzilhados – Entre a Barbárie e o Sonho é encenada às quintas e sextas-feiras; já Diário Baldio é encenada aos sábados e domingos. De quintas a sábados as apresentações começam às 21 horas e aos domingos, às 20 horas. Os ingressos custam R$ 20 a inteira e R$ 10 a meia e podem ser retirados a partir de uma hora antes de cada espetáculo.

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