ISSN 2359-5191

05/12/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 123 - Economia e Política - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Ex-ministro da Fazenda faz palestra sobre economia brasileira na FEA

São Paulo (AUN - USP) - Maílson da Nóbrega tem em seu currículo quase 40 anos de experiência na área econômica, além de diversos cargos de alto escalão, como diretor-executivo do European Brazilian Bank. O mais alto deles, ocupado por Maílson por mais de um ano no fim de década de 1980, foi o de ministro da Fazenda, durante o governo de José Sarney.

Em palestra intitulada Perspectivas da economia brasileira, realizada na FEA, o ex-ministro falou para um auditório lotado, iniciando sua apresentação com um breve uma contextualização global, envolvendo um resumo da crise de 2008 e seus efeitos no continente europeu. De acordo com ele, “a crise apenas migrou para Europa” e alterou assim seu epicentro. Quanto à União Européia e sua continuidade, Maílson está seguro de que prevalecerá a continuidade da aliança no continente. Tratando da polêmica que envolve a dissolução da moeda, afirmou: “Voltar atrás com o Euro é como tentar devolver pasta de dente ao tubo”. “O Euro vai prevalecer. Ele é muito mais do que a moeda única. É parte de um grande processo de integração”, apostou. O preço que será pago pela União para manter a coesão do grupo, disse ele. No entanto, será o de uma década perdida, com baixo crescimento.

Ainda tecendo um panorama da economia atual, o economista falou da China, e colocou suas fichas na teoria do “pouso suave” da economia do país, que vem em crescimento de mais de 9% há anos.

Quanto ao cenário nacional, Maílson fez muitas observações otimistas. Para ele, nosso sistema financeiro encontra-se sólido e bem regulado, com ótima estabilidade macroeconômica. O Brasil tem, além disso, uma confortável situação externa e já deixou seu antigo posto de devedor para se tornar credor mundial.

Ao descrever as atuais políticas econômicas do país, o ex-ministro citou protecionismo, alto controle interno do Estado para cumprimento de metas inflacionárias e uma tendência à “privatização ‘envergonhada’ da estrutura pública”. Resultado dessas atitudes é o que Maílson vê como uma incerteza do mercado perante a intensificação no número de intervenções estatais.

“O que gera prosperidade é o investimento dos empresários, e o que leva os empresários a investir são as instituições fundamentais”, disparou em seguida, dando destaque ao momento em que o Brasil se encontra, de forte aderência desses princípios. Entre eles, pode-se citar o Estado forte e democrático, um judiciário independente e uma imprensa livre. O economista exaltou também o processo de eleição nacional, ágil e preciso, e cuja urna é copiada mundo afora.

Para o futuro do país, Maílson tem grandes expectativas. Para ele, nossa estabilidade política e econômica é hoje permanente. “O Brasil cruzou o Rubicão.”, disse o ex-ministro, afirmando que as chances que nosso país tem, agora, são muito diferentes do que os de pouco tempo atrás. “O risco do Brasil, hoje, é outro: crescer pouco”, concluiu o ex-ministro, afirmando que a maior catástrofe a que estamos sujeitos, atualmente, é perder grandes oportunidades.

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