ISSN 2359-5191

07/12/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 125 - Saúde - Faculdade de Medicina
Psiquiatra estuda tratamento com custo mais acessível para pacientes com anorexia nervosa

São Paulo (AUN - USP) - A psiquiatra especialista em psiquiatria da infância e adolescência, mestre e doutora Gizela Turkiewicz defendeu sua tese de mestrado em 2012, pela Faculdade de Medicina da USP e trouxe à sociedade um estudo inédito sobre o tratamento familiar para adolescentes que sofrem da anorexia nervosa. Nela, Gizela compara terapias tradicionais com o novo tratamento e comprova sua aplicabilidade.

Segundo a pesquisadora, o transtorno alimentar acomete principalmente adolescentes do sexo feminino. Além disso, já é preocupante para a medicina o aumento de casos ao longo dos anos, tendo como um dos principais fatores questões sociais como a exaltação do corpo magro e a busca por um ideal de beleza.

Atualmente, poucos são os grupos de tratamentos dedicados ao adolescente com anorexia nervosa. Gizela trabalha, de forma voluntária, no Hospital das Clínicas, onde é possível encontrar ajuda, a qual utiliza como metódo o tratamento multidisciplinar. Nesse tipo de terapia, o paciente encontra acompanhamento de diversos profissionais como psiquiatras, nutricionistas, e terapias em grupos para o adolescente e a mãe em sessões ao longo da semana.

Durante um workshop apresentado em congresso apresentado por James Locksobre seu manual de tratamento familiar para anorexia, surgiu o projeto de conhecer esse estudo e comparar suas limitações e vantagens ao tratamento multidisciplinar. Gizela ofereceu esse tipo de terapia a 20 famílias de pacientes que procuravam ajuda no HC e então, pode compará-los ao banco de dados já encontrado no hospital. Para a psiquiatra, era importante essa comparação, pois o novo tratamento já era utilizado nos EUA e na Inglaterra e se fazia necessário entender sua funcionalidade para a população brasileira.

O tratamento familiar consiste em três etapas. Durante a primeira fase, a família é orientada a assumir o controle da alimentação do filho. É preciso re-alimentá-lo e, para isso, pais e mães devem estar à frente da nutrição do adolescente, bem como fazer pratos, acompanhar suas refeições, e impedir, caso aconteça, a indução do vômito. Após esse período, a segunda fase é a devolução desse controle através de negociações. O adolescente reaprende a se alimentar sozinho, sob a supervisão dos pais. Por fim, com ambas as fases completas, a terceira etapa ocorre com a observação dos aspectos normais da adolescência, sua saúde, convivência social e familiar e, até mesmo, crises emocionais.

Gizela explica que o processo não é simples e exige toda a participação da família. Em sua tese, os resultados de ambas as terapias se mostraram parecidos. No entanto, o tratamento familiar reduz gastos. Os custos para tratar a anorexia são comparados com a esquizofrenia, tido como um dos tratamentos mais caros entre os transtornos psiquiátricos. A terapia multidisciplinar envolve gastos com profissionais de diversas áreas e frequentes sessões. Já a terapia familiar reduz os custos para a família, para o hospital e para o governo, sendo possível alcançar os mesmos resultados para o paciente dentro de casa.

Para a pesquisadora, o tratamento é ideal para o sistema público e privado e tem a mesma efetividade. Para isso, é preciso o investimento em profissionais capacitados e treinados em atender as famílias e pacientes atendidos, para que seja expandido a outros centros de saúde e cidades que também sofrem com longas listas de espera.

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br