ISSN 2359-5191

07/12/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 125 - Educação - Faculdade de Medicina
Pesquisa estuda consequências à saúde mental de homens vítimas de violência

São Paulo (AUN - USP) - O psicólogo Fernando Pessoa de Albuquerque defendeu sua dissertação de mestrado pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) na qual estuda os Agravos à saúde mental dos homens envolvidos em situações de violência.

Segundo Fernando, apenas casos que levam à fatalidade ganham destaque na saúde. No entanto, diversas são as repercussões das ocorrências de violências não fatais, que provocam conseqüências para a saúde mental. Considerando que os homens costumam ter maiores dificuldades em expressar sentimentos e lidar com emoções, Fernando estudou a relação entre a violência (psicológica, física e/ou sexual) e o sofrimento mental diagnosticado.

Para isso, o psicólogo utilizou um banco de dados, produzido a partir de entrevistas de homens usuáriosde dois serviços de atenção primária de São Paulo. Esses dados foram coletados entre outubro de 2002 e julho de 2003, com homens de 18 a 60 anos. Entre as perguntas feitas estavam questões sociais, relatos de violência sofrida, perpetrada ou testemunhada durante a infância e seus tipos – psicológica, física ou sexual. Além das entrevistas, leu-se, na íntegra, os prontuários médicos de 477 homens entrevistados.

A partir dessa avaliação, o pesquisador chegou ao resultado de que 29,4% dos homens referiram algum tipo dede sofrimento mental, sendo que, entre esses casos, Cerca de 45% haviam sofrido situações de violência física ou sexual (em alguns casos, ambas) mais de uma vez na vida. O estudo ainda aponta que metade dos entrevistados com sofrimento mental sofreu violência na infância, na adolescência ou nas duas fases da vida.

Ao estudar as agressões perpetradas, 61,4% dos homens com sofrimento mental sofreram e perpetraram atos de violência concomitantemente. Para Fernando, isso prova que o uso da violência costuma gerar ainda mais violência na sociedade. Para ele, os atos violentos são vistos com naturalidade por serem valorizados pelas exigências socioculturais da masculinidade, o que dificulta que sejam encarados como necessidades de saúde e que podem acarretar sofrimentos mentais.

O autor da pesquisa defende a necessidade da atenção a esse tipo de cuidados psicológicos com a saúde masculina nas Unidades de Básicas de Saúde para que se possam desenvolver políticas públicas efetivas aos homens.

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