O Laboratório de Hidrodinâmica e Modelagem Numérica do Instituto Oceanográfico tem como objetivo estudar o comportamento dos mares com base em dados, números e projeções gráficas. “A gente procura explicar os movimentos do mar por meio de modelos numéricos. Ou seja, com programas de computador” diz o professor Joseph Harari, coordenador do laboratório. Os dados são coletados em estudos de campo e, posteriormente, comparados e organizados por meio de softwares. A partir disso, são estudados pelos pesquisadores do laboratório, entre os quais estão alunos de graduação, mestrado, doutorado e até professores já estabelecidos no Instituto há mais tempo.

São necessárias algumas informações iniciais para a criação de realização de projetos. O nível do mar no local, a temperatura das águas, as correntes envolvidas nas marés da área, entre outros. Isso permite que se escolha com segurança qual vai ser a região estudada e quais são os fatores que devem ser comparados com o tempo. As informações iniciais, portanto, servem principalmente como base de comparação durante o estudo.

Os estudos têm como necessidade principal equipamentos extremamente sofisticados. Navios de grande porte para estudos em alto mar, boias para áreas mais próximas da costa, barcos pequenos e, às vezes, até satélites fazem parte da instrumentação utilizada. Isso garante a precisão dos dados, que é essencial para a boa realização de um projeto de pesquisa.

Outro fator importante para essa exatidão é o uso de softwares bastante desenvolvidos. “A capacidade das pessoas produzirem o comportamento do oceano nos computadores aumentou vertiginosamente” explica Harari. Isso porque, nos últimos anos, o avanço tecnológico permitiu que softwares bastante exatos fossem criados para esses fins. O professor faz uma analogia dos estudos de oceanografia com a metereologia: ambos, com o avanço da informática, passaram a contar com muito mais exatidão em medições e previsões.

 
Exemplos de gráficos produzidos nos estudos.

São realizadas diversas medições e criados diversos projetos na área costeira do estado de São Paulo. “Temos estudos desde Cananéia, passando por Santos e São Vicente, até algo acontecendo em Ubatuba”. O grupo, com diversos projetos diferentes, tem um objetivo em comum, que é mapear os fenômenos marítimos das áreas estudadas.

Entre esses fenômenos estão a circulação das águas, o funcionamento de ondas e marés, o comportamento da costa (casos de erosão e assoreamento, por exemplo), a mudança na qualidade da água e o nível de poluição do ambiente. Dessa maneira, o estudo prolongado de uma mesma área demonstra clara e exatamente como a área em questão se comportou durante o período e por quais mudanças ela passou.

O grupo divulga seus dados para a comunidade científica, por meio de publicações em sites acadêmicos e colaborações com laboratórios do próprio Instituto Oceanográfico, de outras unidades da USP que necessitem e de outras universidades. Também colabora com outros tipos de instituições que tenham interesse, como a CODESP (Controle de Segurança dos Portos), a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do estado de São Paulo) e a Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental). Desta maneira, os dados são utilizados não somente de maneira acadêmica, mas também servem diretamente para a sociedade.