ISSN 2359-5191

06/12/2002 - Ano: 35 - Edição Nº: 25 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Novo núcleo do IPT ajuda a monitorar chuvas

São Paulo (AUN - USP) - O Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) criou o Núcleo de Monitoramento de Riscos Geológicos, que deve entrar em funcionamento ainda este ano. A idéia é monitorar em tempo real os índices de chuva. Um equipamento irá coletar os dados e transmiti-los para o Núcleo sem a necessidade de um técnico no local para a medição. O intuito é automatizar a operação do Plano Preventivo de Defesa Civil (PPDC) – desenvolvimento de um software que cruzará os dados dos monitoramentos – e organizar e disponibilizar as informações do IPT sobre a Serra do Mar – são cerca de 50 anos de estudos no local.

Os principais objetivos do PPDC são conviver com as áreas de risco de deslizamento e evitar acidentes desta natureza com mortes. Executado pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), as Comissões Municipais de Defesa Civil (Comdecs) de cada município e o Instituto Geológico (IG). Colocado em prática de dezembro a março, época de maior incidência de chuvas na região, o PPDC já existe há 15 anos em oito municípios do Litoral Norte e Baixada Santista e há dois anos em 16 cidades do Vale do Paraíba.

Segundo o responsável pela seção de processos e riscos geológicos do IPT, José Luis Ridente Junior, nos municípios onde o plano opera os resultados são expressivos e o número de mortes por escorregamento caiu consideravelmente. O trabalho do IPT consiste em fazer uma vistoria e um mapeamento das áreas de risco de deslizamento, enquanto a Cedec faz o monitoramento das chuvas e a previsão meteorológica. O cruzamento desses dados permite identificar as regiões que estão em situação de maior risco e, dessa forma, a Defesa Civil pode providenciar a retirada dos moradores em risco e realocá-los em outro lugar (abrigos ou casas de parentes) durante as chuvas mais intensas, retornando às moradias quando a segurança estiver assegurada.

Ridente explica que os deslizamentos dependem de três fatores básicos: as condições do meio físico (solo, geologia, geomorfologia), o uso e a ocupação do terreno (moradias precárias, favelas, uso excessivo das encostas) e ainda a meteorologia. Com o PPDC é possível monitorá-los e tentar prevenir os acidentes. Para isso, o plano é dividido em quatro níveis: observação, atenção, alerta e alerta máximo, que definem ações técnicas de prevenção de acidentes e mortes.

Outros projetos nessa área estão em andamento, de acordo com o geólogo. Com a prefeitura de Campos do Jordão – cidade com grandes riscos de deslizamentos e onde o PPDC já está em funcionamento –, o IPT tem um plano para uma melhor ocupação das encostas. Além disso, um programa sobre a Serra do Mar está sendo elaborado junto à Fapesp com mais de 70 pesquisadores do Estado de São Paulo. A situação da região é de grande preocupação para o governo estadual.

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