A região de Santarém é a que mais contribuiu na emissão de gás metano (CH₄) na região Amazônica em 2010. É o que diz o estudo feito no Instituto e Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) por Luana Santamaria Basso.

A partir de coletas de perfis de ar de quatro regiões da Amazônia brasileira, Luana pode estudar qual  a contribuição na emissão de metano em escala regional. Essa foi a proposta de seu trabalho, que faz parte do “Projeto Amazônia” - parceria entre pesquisadores europeus e brasileiros em estudos na região.

Enquanto a região próxima à cidade de Santarém foi a que mais contribuiu no fluxo de CH₄, enquanto que Alta Floresta foi a que menos contribuiu. Ela se localiza próximo ao “Arco de Fogo”, área ao norte de Mato Grosso, que ganha destaque na queima de biomassa.

O metano é o segundo gás mais importante de efeito estufa e fica atrás apenas do gás carbônico (CO₂). Entretanto, o poder de aquecimento do metano é 21 vezes maior que o poder do CO₂. Por esse motivo, o metano é um forte acelerador do aquecimento global. Um fator preocupante é o  aquecimento ajudar no aumento das taxas de CH₄ na atmosfera terrestre. Cerca de 40% de sua emissão vem de fontes naturais - como áreas alagadas, através da decomposição de materiais orgânicos - e 60% vem de fontes antrópicas - queima de combustíveis fósseis, por exemplo.

Além de Santarém, Luana recolheu perfis de ar de Rio Branco, Alta Floresta e Tabatinga utilizando aviões de pequeno porte. As quatro regiões da Amazônia também serviram para o estudo da pesquisadora Luciana Vanni Gatti, cujo artigo sobre a influência das chuvas no balanço de carbono foi capa da revista Nature em fevereiro de 2014.