ISSN 2359-5191

08/09/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 54 - Saúde - Instituto de Biociências
Resposta para origens da hipertensão pode estar a nível genético
Pesquisa propõe análise aprofundada dos genes humanos para responder à lacunas de conhecimento sobre hipertensão em seres humanos

Atualmente, segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão, pelo menos um quarto da população brasileira sofre de pressão alta ou hipertensão, condição que favorece a ocorrência de infartos, derrames e insuficiência renal terminal. Em um país com cerca de 200 milhões de habitantes, esses números são bastante preocupantes. Tendo isto em mente, a pesquisadora Maísa Costa realizou uma análise sobre a origem neurogênica (de origem no sistema nervoso) da hipertensão, a fim de explorar as causas desta condição que, em 90% dos casos registrados, tem origem desconhecida.

O estudo aponta os centros neurais como responsáveis pelo controle da pressão, podendo, dessa forma estar relacionados com a gênese da hipertensão, especialmente na área do bulbo (Imagem 1), que é o centro integrador de todas as funções autonômicas.


 

Dentro dessa área, duas substâncias (adenosina e o óxido nítrico), possuem funções hipotensivas e são bastante conhecidas por seus efeitos hipotensores nos vasos sanguíneos, de forma que a sua inter-relação pode ser a chave para o controle da pressão arterial. De maneira geral,  os resultados obtidos com o trabalho destacam e confirmam a influência da substância adenosina sobre a síntese de ácido nítrico, em culturas de células da porção dorsomedial do bulbo de ratos espontaneamente hipertensos, de forma que possa ser considerado mais um passo na caminhada para a raiz do problema.

“As consequências da pressão alta são gravíssimas, como mostrado pelos números anteriormente: a grande porcentagem dos casos cuja causa é desconhecida chama a atenção da comunidade científica atual. É algo desafiador!”, comenta Maísa. Nos dias de hoje, os esforços na busca da resposta para as origens da hipertensão no organismo têm partido de muitos laboratórios de pesquisa no Brasil e no mundo, sendo uma área com uma vasta quantidade de pesquisas. Longe de ser um campo de lacunas de pesquisa, as várias e diferentes frentes têm cercado o problema. “É um trabalho em conjunto, cada um com sua linha de pesquisa, mas de forma integrada, inter-relacionada”, explica a pesquisadora.

Apesar da gama de dados e informações acerca do assunto, ainda há muito o que pesquisar. A cada descoberta nova, uma janela imensa de possibilidades se abre e novas perguntas são formuladas e outras reformuladas. “Nosso interesse agora é a parte in vivo, é analisar como a interação, ou não, desses neuromoduladores, afetam a pressão dos animais”, complementa Maísa. Para isso, são usadas ferramentas moleculares que permitem este tipo de análise, como é o caso da interferência mediada por RNA (ácido ribonucleico, responsável pela síntese de proteínas das células) e a expressão excessiva de determinada proteína de interesse, no caso os receptores em questão. A compreensão da interação entre os sistema da adenosina e do óxido nítrico possibilita não só compreender as ações fisiopatológicas dessas estruturas por si só, mas também abrirá caminhos para futuras manipulações farmacológicas no caso da hipertensão e de outras doenças.

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