ISSN 2359-5191

03/10/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 68 - Saúde - Instituto de Matemática e Estatística
Método europeu já prevê epidemias de gripe antes dos médicos
O Influenzanet conta com mais de 35 mil voluntários e cobre falhas de relatórios médicos
Site mostra resultados do método de self-reporting

Em colóquio realizado no Auditório Antonio Gilioli do Departamento de Matemática Aplicada (MAP) do IME-USP,  na última  sexta-feira (26), o  professor Sander van Noort do Instituto Gulbenkian de Ciência de Portugal, apresentou dados e resultados de seu programa Influenzanet.

O Influenzanet recolhe dados de mais de 35 mil voluntários espalhados pela Europa que descrevem seu sintomas em relatórios semanais. O programa surge como opção aos relatórios médicos que, segundo Sander, “não são representativos” . Isso porque nem todos que ficam com sintomas de gripe vão ao médico, alterando o resultado  das estatísticas médicas sobre o vírus influenza. Durante a palestra, Sander apresentou dados que mostram que no norte da Europa, as pessoas costumam ir menos ao médico do que as pessoas do sul do continente. Apenas esse fato já mostra como o método estatistíco dos relatos médico possui uma grande falha.

O método de Sander já se mostrou mais eficiente que o tradicional em alguns quesitos. Ele já previu epidemias de gripe, que são sazonais, antes que os médicos percebessem que a epidemia havia começado. Além disso, os dados estatísticos do método do Influenzanet oferece mais resultados do que os relatórios médicos, como o efeito das vacinas, os fatores de risco e o comportamento do vírus. Além de comprovar alguns dados que os relatórios médicos já ofereciam, os relatórios do Influenzanet trazem informações novas sobre fatores de risco. Conviver com crianças e ter animais em casa aumentam o risco de contágio; porém utilizar transporte público não influencia no risco de contágio, além de idosos contrairem estatisticamente menos gripe.

O método do Influenzanet ainda apresenta algumas brechas que não tornam seus dados totalmente confiáveis. O número de crianças e idosos que são voluntários é muito pequeno ainda - as crianças não gostam de preencher o relatório entediante e os idosos não tem muita intimidade com a internet. Apesar disso, ele consolida o self-reporting como método mais efetivo do que o tradicional.

No Brasil, um método parecido já é utilizado. A denguenaweb.org também utiliza o método de self-reporting para aproximar cidadãos de Salvador e pesquisadores para coletar dados sobre a dengue.

Para saber mais sobre o método de Sander, acesse www.influenzanet.eu.


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