ISSN 2359-5191

18/11/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 85 - Saúde - Faculdade de Medicina
Homem virtual auxilia o ensino de anatomia
Projeto utiliza computação gráfica e impressões 3D para aproximar o ensino sobre o corpo humano
Objetivo do Homem Virtual nas escolas é deixar o aprendizado algo cativante.

O Homem Virtual é o uso da computação gráfica 3D, para realizar explicações tridimensionais sobre assuntos relacionados a saúde, de maneira dinâmica. O projeto teve início em 2003, coordenado pelo professor de telemedicina da FMUSP, Chao Lung Wen, e tem produzido sequências gráficas explicativas sobre saúde há 11 anos. Com o recebimento, este ano, de impressoras 3D, o Homem Virtual passou também a ser materializado, a partir da computação gráfica. “A partir desse ano passamos a produzir as chamadas estruturas anatômicas realísticas, baseadas no Homem Virtual. Peças anatômicas em 3D facilitam com que os estudantes interajam com a estrutura, não apenas assistam ou mexam digitalmente, o que é um salto importante”, relata Wen, o coordenador do projeto.

A impressora 3D funciona com dois tipos de material:  resina e fios de plástico. Dependendo da precisão desejada, é utilizado um ou outro material. Os fios de plástico possuem menor precisão, porém passam a impressão de que é um brinquedo, o que faz com que as pessoas interajam com menos medo. “Estamos avaliando que tipo de produção é adequado para cada tipo de segmento da população. Se é para crianças, ensino fundamental e médio, que queremos que aprenda sem medo, eu opto pelos fios de plástico, coloridos”, conta Wen.

O projeto é voltado tanto para o ensino de anatomia nas escolas, quanto para ensino superior. A grande vantagem para o ensino de acrianças e adolescentes, é que a interação  torna o aprendizado muito mais fácil e dinâmico. “O problema no Brasil hoje é que se aprende mais sentado em sala de aula e se vivencia muito pouco. Então a ideia é que as pessoas possam aprender tudo brincando, o jovem pega as reproduções e mexe, e com essa interação ele aprende. O mais importante hoje do Homem Virtual é poder promover saúde nas escolas por meio da melhoria do aprendizado a partir não só do livro didático.”, afirma o professor.  

Estão sendo formatadas formas de convênio para a aplicação do Homem Virtual nas escolas, parcerias com Secretaria de Educação e MEC estão sendo propostas.  “Para as escolas que tivessem uma impressora 3D, que deve estar hoje em torno de R$ 9 mil, e fizessem uma parceria com a Faculdade de Medicina, nós poderíamos enviar o arquivo para ser impresso. Nós distribuímos por internet a produção física e eles acessam a internet e assistem os vídeos.”, relata o coordenador do projeto.  

Já no ensino superior, o uso do Homem Virtual é mais procurado por faculdades de todo o país, exceto a própria USP. Isso porque no ensino de medicina, é essencial que se utilize órgãos reais para explicações. No entanto, cerca de 80% das faculdades não possui órgãos suficientes para cobrir todo o ensino. O Homem Virtual é a forma mais imediata de suprir essa carência, para que as faculdades de medicina tenham mais qualidade na formação, em que os alunos não aprendam apenas por atlas. Já no próprio âmbito da USP, além de não ser necessária cobrir essa carência, há um não entendimento da Faculdade de que esse deveria ser um projeto oficial. Não há um grupo de apoio ao projeto, bem como divulgação do mesmo dentro das próprias unidades USP, e, como estima Wen, os alunos não exploram nem 5% do potencial que poderia ser explorado.  

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