ISSN 2359-5191

18/11/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 85 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Física
Cientistas fazem descoberta que pode ajudar a prever desastres climáticos
Grupo que reúne acadêmicos do Instituto para Estudos de Impacto Climático de Potsdam e do Instituto de Física da USP utilizou de poderosas ferramentas matemáticas para esquadrinhar dados meteorológicos da América do Sul
"Instrumento" matemático usado por físicos pode vir ao auxílio em outros campos da ciência também.

Chuvas de grandes proporções sempre assolaram nosso subcontinente. Quase sempre inesperadas, nossas monções, não raro se apresentam imprevisíveis para os modelos meteorológicos que temos hoje ao nosso alcance. E isso traz suas conseqüências para as populações afetadas, sem aviso, por inundações, deslizamentos e outras tragédias humanitárias promovidas por essas forças da natureza. Somente em 2007, os estragos advindos desses tipos de fenômenos atmosféricos na região somaram mais de US$ 400 milhões. Todavia, felizmente, talvez agora haja um instrumento para se prevenir dessas possíveis catástrofes que se prevêem tornarem-se cada vez mais freqüentes, visto as mudanças climáticas experimentadas nas ultimas décadas no planeta.

Através de investigações atentas e diversos processamentos por meio de super-computadores de dados atmosféricos coletados ao longo de 15 anos por satélites da Nasa, uma equipe de físicos que envolve alemães e brasileiros, como Henrique M.J. Barbosa, da USP, e Niklas Boers, do PIK (Potsdam Institute for Climate Impact Research), contam que, em função da abordagem inédita desses dados brutos por técnicas matemáticas de análise de sistemas complexos, a equipe que envolve alemães e brasileiros descobriu, observando os eventos extremos de precipitação na região de Buenos Aires, um retrato mais fiel do que realmente dirige a esfera meteorológica sul-americana.

Guiando-se pela matemática de comparação de dados, o grupo constatou que, contra a compreensão atual, as chuvas intensas que se originam na área de Buenos Aires (Argentina), se propagam contra o sentido do vento. Isto é, os ventos úmidos que descem da linha do equador para o sul do continente não determinam, de certa forma, a direção das chuvas. As monções inesperadas que acontecem nos contrafortes andinos da Bolívia e Argentina se propagam de maneira oposta ao vento que as alimenta da umidade necessária para se criarem.

A descoberta indica o princípio para um novo dispositivo em prol da expansão do conhecimento na área da meteorologia. Onde os antigos modelos falharam, a recente maneira de se abordar a questão, através da técnica usada por Henrique M.J. e Niklas Boers, pode revelar-se revolucionária para outros cenários. Pelo menos de imediato, o que foi desvelado pela equipe acerca dessas chuvas, embora tenha sido difícil de ter sido descoberto em primeiro lugar, agora com as constatações postas “em pratos limpos” é fácil para qualquer especialista aplicá-las para futuras previsões. “Tão fácil que qualquer um com um smartphone poderia calcular”, brinca Niklas. 

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