ISSN 2359-5191

25/05/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 39 - Educação - Museu de Arqueologia e Etnologia
Maquetes táteis auxiliam na aprendizagem em escolas
A partir de treinamento no museu, professores podem utilizá-las no ensino sobre arqueologia brasileira
Representação de escavação de sítio arqueológico em São Paulo. Foto: Ader Gotardo

O projeto “Recursos Pedagógicos em Museus: o desafio da mediação dos acervos arqueológicos” foi desenvolvido com o intuito de divulgar a arqueologia brasileira. Composto por quatro maquetes táteis e um livro, já estão sendo realizados treinamentos para professores e implantação do material nas escolas de ensino fundamental.

O professor doutor Camilo de Mello Vasconcellos, docente da área de Museologia do MAE (Museu de Arqueologia e Etnologia) e responsável pelo projeto, conseguiu realizá-lo a partir de um edital da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da USP, na categoria de Preservação de Acervos e Patrimônio Cultural.

A ideia é a de que a criança aprende mais quando pode tocar no objeto. É uma experiência na qual se aprende fazendo.  Ele conta que, assim que o edital abriu, lembrou que professores procuram muito por material didático sobre arqueologia para usar nas salas de aula. “As crianças gostam muito, mas não sabem muito sobre, então falei ‘vamos tentar fazer um material acessível para os professores’”, diz. E a produção de uma maquete tátil não seria um desafio para a equipe do professor Camilo, pois já haviam tido experiência semelhante, fazendo uma maquete voltada para deficientes visuais.

Foram escolhidas quatro pesquisas recentes sobre sítios arqueológicos brasileiros diferentes para serem retratados nas maquetes. A primeira trata da arqueologia da Amazônia, comparando seu passado e presente. A segunda, Minas Gerais, local que deu origem a pesquisas polêmicas que colocam em cheque as teorias sobre as primeiras populações que habitaram o território brasileiro. A terceira, Casas Subterrâneas, que consistem em locais sob a terra construídos pelos indígenas do sul do Brasil para se protegerem do frio. E a última, Arqueologia Histórica, que conta a história da ocupação de um mesmo sítio: no começo do século XX foi uma fábrica de porcelana, na década de 1930 virou uma fábrica de biscoitos e, por fim, construiu-se um prédio. Antes do último ser construído, foi realizada uma escavação e milhares de peças de porcelana foram encontradas.

Para serem confeccionadas, foram reunidos documentos históricos, fotográficos e arqueológicos. Além disso, o material escolhido por Dayse Tarricone, responsável pela construção das maquetes, foi resultado de estudo. Era necessário que essa material fosse resistente ao toque e ao desgaste.

Além das maquetes, que são transportáveis e viram maletas, o professor leva consigo objetos arqueológicos encontrados durante a escavação do sítio referente à maquete e o livro que a subsidia, que ficam com ele por 15 dias. Para poder utilizar essa material, o professor passa por um curso de capacitação, no qual aprende a manusear as maquetes para tirar o máximo de proveito delas.

O objetivo do projeto é que esse material sirva como canal de divulgação dessas pesquisas de arqueologia brasileira, que é muito pouco conhecida. Camilo explica que a intenção é mostrar como é o trabalho do arqueólogo e como viviam essas populações. Salientar “que elas tinham cultura, que não viviam só de caça, pesca e coleta e faziam festa”, conclui. E as pesquisas selecionadas estão mudando essa concepção, mudando “a cara” da arqueologia no Brasil.

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