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por Circe Bonatelli
Fotos por Cecília Bastos e Francisco Emolo

arte sobre foto de Cecília Bastos

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foto crédito: Cecília Bastos
"A comunidade pode ajudar na medida em que as mães passem a procurar um envolvimento com a escola." Alina Corrêa, diretora do Portal Universia

 

foto crédito: Cecília Bastos
"Escolher uma escola particular é até uma coisa cômoda." Júlio César Lippi, funcionário da Forp

 


Comunidade pode e deve orientar ações pedagógicas e uso de verbas

Cruzar os braços frente à ineficácia de algumas escolas públicas certamente não vai alterar a situação. Para que haja melhoria na qualidade de ensino, é fundamental que a comunidade participe diretamente das propostas pedagógicas através de opiniões e propostas na defesa dos interesses locais.

"Outro dia, ouvi uma comparação interessante", recorda Alina Corrêa, diretora-geral do Universia, portal na internet dedicado aos estudantes. "Nós temos uma limitação no ensino, porque nossas mães não são coreanas. Já existe um senso comum na área da educação de que o desenvolvimento cultural materno é absolutamente fundamental para o desempenho escolar do filho. E no quesito cultura geral e acompanhamento do ensino, as coreanas se destacam."

Na visão do pai Júlio César Lippi, funcionário da Forp (Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto), acompanhar a gestão da escola é uma questão de necessidade financeira e consciência. "Acho até que isso acontece mais na periferia, onde os moradores se mobilizam por não ter outra saída. Nesse ponto de vista, escolher uma escola particular é até uma coisa cômoda. Mas, quando se tem condições de pagar, qual família não quer oferecer o melhor para os filhos?", reflete o pai, após ter feito matrícula em escola particular.

De acordo com César Augusto Minto, professor da Faculdade de Educação da USP e pesquisador em gestão escolar, a importância da participação comunitária se evidencia também no desenvolvimento simultâneo do próprio bairro.

"Ajudar na pintura da escola, doar livros ou até bancar um computador são coisas positivas. Mas para se ter uma gestão democrática de fato, os pais precisam se interessar pelas ações pedagógicas. Isso significa mostrar as aspirações da comunidade e propor em que utilizar as verbas públicas recebidas pela escola," explica Minto. "Muitas vezes, a escola é o lugar de encontro do bairro, de aproximação das pessoas. Já vi até casos de pessoas que se casaram no salão do colégio."

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