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Notas

por Cinderela Caldeira

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Professor Eduardo Magalhães Rego (ao centro), orientador das pesquisas premiadas, com os autores Antônio Roberto Lucena de Araújo e Lorena Figueiredo-Pontes

 

 

 

 

 

Foto crédito: João Neves

 


Pesquisadores da FMRP ganham prêmio internacional

Dois estudos sobre leucemia abriram caminhos importantes à descoberta de alvos terapêuticos para a doença

Duas pesquisas do Laboratório de Hematologia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), sobre Leucemia Promielocítica Aguda e Leucemia Mielóide Aguda, ganharam o Prêmio Latino-Americano de Pesquisas em Oncologia, da empresa farmacêutica Novartis, em Cambridge, Massachussetts, Estados Unidos. Concorreram cerca de 150 trabalhos da América Latina, seis foram premiados, cinco estudos são brasileiros.

O estudo Leucemia Promielocítica Aguda, desenvolvido pela médica Lorena Filho-Pontes, teve como objetivo estudar os processos envolvidos na leucemogênese da leucemia aguda, doença mais freqüente em adultos e particularmente na América Latina. Ela representa de 10% a 12% das leucemias mielóides, dentre as 16 classificadas pela Organização Mundial da Saúde.

Nesse tipo de leucemia há uma alteração específica entre os cromossomos 15 e 17, e para chegar a outros fatores importantes envolvidos no processo de desenvolvimento da doença a pesquisadora utilizou a droga antifúngica Halofuginona, capaz de inibir e reverter a angiogênese. Para os testes de laboratório foram utilizadas células obtidas de um paciente com essa variação da doença. A droga foi capaz de inibir a proliferação das células doentes e induziu a morte celular programada.

A pesquisa sobre Leucemia Mielóide Aguda, desenvolvida pelo biomédico Roberto Lucena de Araújo, visou a relacionar a expressão de genes responsáveis pela morte celular e a progressão do ciclo celular com a incidência desse tipo de leucemia. Araújo estudou a atuação do gene p-73, que tem duas formas, a TAp73 e Delta-Np73, uma estimula a morte celular e a outra inibe, respectivamente. O estudo avaliou a atuação de cada uma na célula, e revelou que as amostras leucêmicas expressaram mais as duas formas desse gene do que as amostras normais, mostrando um descompasso no controle celular que envolve as duas formas do gene p-73.

De acordo com Araújo, o estudo mostrou que nas leucemias com maior chance de cura existe uma maior expressão da forma TAp73, que estimula a morte celular, e nas de difícil cura, existe um aumento da expressão Delta-Np73, a forma que não deixa a célula morrer. Os trabalhos foram orientados pelo professor Eduardo Magalhães do Rego do Departamento de Clínica Médica da FMRP.

 

   
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