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por Daniel Fassa
Fotos por Francisco Emolo e Paulo Soares

arte sobre foto de Cecília Bastos

 

 

 

 

 

 

 

foto crédito: Francisco Emolo
"Se você tem uma dor de dente causada por uma cárie, não adianta tomar analgésico. É a mesma coisa que tomar remédio para tontura. Se você não trata a causa, daqui a pouco aquilo volta." Roseli Bittar, professora da Faculdade de Medicina e especialista em otoneurologia

 

foto crédito: Francisco Emolo
Exposta na Divisão de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas, a maquete mostra o interior do ouvido humano

 


Genericamente conhecido como labirintite, distúrbio do equilíbrio tem causas e tratamentos diversificados

Falou em tontura, tem sempre alguém por perto com um diagnóstico de pronta entrega: labirintite. No entanto, desequilibrar-se ou ver o mundo girar nem sempre são sintomas do chamado distúrbio do equilíbrio. Suas causas não estão necessariamente no labirinto, órgão humano responsável pelas percepções de som e movimento. Alimentação inadequada, problemas neurológicos e cardiovasculares são apenas alguns dos demais fatores que podem conduzir a tonturas e desequilíbrio.

Labirintite é o nome genérico que se dá à infecção no ouvido. O termo não é muito preciso para designar o distúrbio do equilíbrio, porque nem sempre o problema tem origem em infecções. Dentro do labirinto, existe um tecido denominado vestíbulo, cuja atribuição principal é o equilíbrio humano. Ele percebe o movimento e, através de impulsos elétricos, informa ao cérebro como devemos nos comportar para nos equilibrarmos em cada situação. Se o vestíbulo não funciona corretamente, a vertigem, a desorientação espacial e o zumbido, entre outros sintomas, são inevitáveis.

Segundo Roseli Bittar, professora da Faculdade de Medicina e especialista em otoneurologia, essa disfunção vestibular pode ter origem em problemas de metabolismo, de circulação e de alimentação (excesso de açúcar, cafeína, etc). "Como o vestíbulo é um órgão que precisa de muita energia, oxigênio, glicose, qualquer alteração no fluxo de sangue ou na nutrição do aparelho pode gerar problemas", esclarece. Ainda de acordo com Roseli, em mulheres, a enxaqueca é uma grande causa de distúrbio vestibular. Nos idosos, os problemas circulatórios são os maiores responsáveis. Em crianças, enxaqueca e excesso de doces e chocolates têm papel preponderante.

A médica explica que, além do sistema vestibular, nosso equilíbrio depende do sistema visual, ligado a percepções de claro e escuro, por exemplo, e do sistema proprioceptivo, que compreende articulações, musculatura, etc. Disfunções em qualquer um desses sistemas podem causar sintomas geralmente atribuídos à labirintite. Além disso, enxaquecas e problemas cardíacos, entre outras coisas, muitas vezes também são responsáveis por tonturas e vertigens.

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