Revista Espaço Aberto
Home Capa Conheça USP Perfil Dicas Comportamento Cultura Notas Infotoques Cartas Expediente Edições Anteriores

Comportamento
por Daniel Fassa
fotos por Cecília Bastos e Francisco Emolo

 

 


Foto crédito: Cecília Bastos
Ao entrevistar moradores de duas comunidades carentes de São Paulo, Thaïs Branco constatou que muitos jovens ingressavam no mundo do crime buscando admiração, status, respeito


A psicóloga Thaïs Cardinale Branco segue na mesma direção. Ao entrevistar moradores de duas comunidades carentes de São Paulo para sua dissertação de mestrado, ela constatou que muitos jovens ingressavam no mundo do crime buscando conquistar admiração, status, respeito. Entre muitos deles, havia o sentimento comum de inferioridade, humilhação diante da sociedade. "No Brasil, o poder aquisitivo é muito valorizado. Os pobres são identificados como inferiores", explica a psicóloga. Para Thaïs, esse sentimento se deve muito à falta de oportunidades e de acesso a serviços básicos que, não raro, acomete as regiões periféricas.

Nesse sentido, a comunidade uspiana vive uma experiência peculiar. Um muro separa a Universidade de uma favela de cerca de 12 mil habitantes, a São Remo. Por volta de 1995, devido à proximidade com a USP, muitas crianças e adolescentes freqüentavam o campus para pedir esmolas, vigiar carros, entre outras coisas. No entanto, devido a delitos cometidos por alguns menores e a morte acidental de um garoto na raia olímpica, ocorreu um acirramento das relações entre as duas comunidades. Nesse contexto, visando a restabelecer um bom relacionamento, surgiu, em 1997, o projeto Avizinhar.

Vinculado à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão, o projeto buscou identificar o motivo da presença de tantas crianças da São Remo dentro da Universidade, conversar com suas famílias e encaminhá-las para atividades, de acordo com a necessidade. Beatriz Rocha, educadora do projeto, conta que a abordagem era sempre individualizada. "A gente tem essa proposta de trabalhar com histórias de vida. O que traz uma criança para a rua? Ela deveria estar num outro lugar. Não estando num lugar específico, que atenda a sua questão de desenvolvimento, ela vai para a rua."

< anterior página 1 | 2 | 3 seguinte >

   
Comentar no BlogImprimir


web
www.usp.br/espacoaberto