Rastreabilidade bovina através de redes neurais

Pesquisa desenvolvida na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP em Pirassununga testa uma ferramenta baseada em Redes Neurais Artificiais (RNA) para reconhecimento biométrico de focinhos bovinos. Segundo a zootecnista Carolina Melleiro Gimenez, o focinho bovino possui padrões que permitem distinguir cada animal assim como a impressão digital em humanos. Os estudos estão sendo conduzidos pelo Laboratório de Física Aplicada e Computacional (LAFAC) da FZEA sob a supervisão do professor Ernane José Xavier Costa.

Os cientistas possuem no laboratório mais de mil imagens fotografadas de 50 animais, essas imagens estão sendo utilizadas no “treinamento” da RNA. A captação de imagens, o treinamento e o desenvolvimento da rede, que estarão concluídos até o fim de 2010, fazem parte dos estudos de Mestrado de Carolina. A pesquisadora acredita que em dois anos estará pronto o protótipo de um leitor biométrico do focinho de bovinos. Em 2011 quando iniciará seu programa de doutorado ela desenvolverá um sistema de leitura dessas imagens.

Sistemas de redes neurais são sistemas inteligentes que “aprendem” a reconhecer padrões e diferencia-los e podem facilitar a rastreabilidade bovina, pois os bótons e brincos utilizados atualmente podem ser perdidos no pasto, dificultando a identificaçlão dos animais. Em geral essas perdas podem representar 10% do rebanho, e como os brincos são unicos os animais perdem sua identificação. E hoje a rastreabilidade animal é um dos conceitos mais importantes para a produção nacional. O Brasil por ser o maior exportador de carne do mundo ainda sofre com embargos devido à condições sanitárias. Por isso a rastreabilidade torna-se tão importante, pois toda a vida do animal desde o nascimento até o abate fica registrada, garantindo assim a qualificação da criação e a tomada de decisões quanto à qualidade do rebanho.

A tecnologia desenvolvida no LAFAC atenderá plenamente às exigencia do Sisbov (Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Segundo a pesquisadora outra aplicação do sistema refere-se aos gados de elite, animais apresentados em leilões e exposições. Esses animais não podem possuir muitas marcas em seus corpos, assim o reconhecimento biométrico evitaria perfurações e o compremetimento da qualidade desse animal.

Fonte: Agencia USP de notícias.

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