Biocombustíveis e os automóveis

Texto escrito por Mariana Zanarotti Shimako, aluna de graduação de Engenharia de Biossistemas em FZEA-USP, orientada pelo Prof. Dr. Fabrício Rossi no Programa Unificado de Bolsas da USP.

Cada ano que passa a procura por combustíveis renováveis cresce, uma vez que o petróleo sofre diversas alterações de valor e a necessidade de diminuir a liberação de gases do efeito estufa aumenta. Com isso, as oleaginosas como o milho, a soja e a palma estão sendo usadas como matéria prima para a produção de biocombustíveis, além do uso da gordura animal para a mesma finalidade.

No estado do Mato Grosso, o maior produtor de etanol de milho, estima-se que sejam processados esse ano cerca de 740 milhões de litros, o etanol de milho tem rendimento maior do que o do etanol de cana, já que 1 tonelada de milho equivale a 400 litros de etanol e a cana em torno de 80/90 litros de acordo com as propriedades de cada safra de cana. Já a soja vem ganhando cada vez mais espaço na agricultura brasileira, batendo recordes de safra, elevando a produção do óleo de soja para a fabricação do etanol em 243% no período de 10 anos.

Com a nova regra na formulação do diesel, ele deve ser composto por 10% de biodiesel, levando o nome de B10, uma criação da RenovaBio; que segundo o Ministério de Minas e Energia, “é a nova Política Nacional de Biocombustíveis, cujo objetivo é expandir a produção de biocombustíveis no Brasil, baseada na previsibilidade, na sustentabilidade ambiental, econômica e social, e compatível com o crescimento do mercado.” Através dessa nova política espera-se que haja um decréscimo de emissões dos gases de efeito estufa. A partir dessa nova regra a procura por biodiesel irá elevar, consequentemente a procura por oleaginosas e gordura animal também. Segundo a TerraFirma, até 2030 a produção de biodiesel pode chegar a 7,5 milhões de toneladas.

Para que esses números sejam maiores as tecnologias devem ser aperfeiçoadas, como por exemplo os motores dos veículos que devem passar por mudanças para receberem biocombustíveis em maiores proporções, e investimentos maiores em automóveis que usam a energia limpa como combustível, por exemplo os híbridos que usam energia proveniente de um processo sustentável como a energia eólica. Hoje já é possível encontrar no mercado esse tipo de veículo, porém no futuro espera-se que outras tecnologias possam ser instaladas nos veículos afim de usar outros combustíveis de energia limpa, como o carro desenvolvido pela Audi que é movido a biometano o vídeo do carro pode ser visualizado no link: https://tv.uol/17Xz8

O engenheiro de biossistemas durante sua formação estuda disciplinas como biocombustíveis e geração de eletricidade e calor, dentre outras que o capacitam a desenvolver tanto os novos biocombustíveis como os equipamentos que os receberiam nos automóveis.

Referências bibliográficas –

http://www.mme.gov.br/documents/1138769/0/P%26R+-+RenovaBio.pdf/a29044a3-6315-4845-80d8-832852efbb7f

https://www.gazetadopovo.com.br/agronegocio/agricultura/agroenergia/40-anos-depois-do-proalcool-combustivel-de-soja-vai-bombar-no-posto-de-gasolina-cyhr2o7xp414areoevw4sufg2/?fbclid=IwAR1JYb8Vvmi-BNUvf3oynb93vVyBCqy95HvwwjycadjQFBwf23uKYv0zEls

https://g1.globo.com/economia/agronegocios/globo-rural/noticia/2018/11/11/agricultores-de-mt-se-animam-com-vendas-de-milho-para-usinas-de-etanol.ghtml

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