Este trabalho pretende discutir a importância do relacionamento que se estabelece entre homens e cavalos em Grande sertão: veredas, considerando a constituição de uma categoria híbrida: o centauro. Partindo da percepção de que, no contexto da narrativa, os “cavaleiros montados” guardam estreitas relações com o fazer artístico, proponho o diálogo com uma perspectiva transpessoal. Em tal perspectiva, essa figura mitológica remeteria à abertura para outros níveis de realidade e consciência – o que, por sua vez, nos faz compreender a arte que se expressa por Grande sertão: veredas sob uma perspectiva multidimensional e transcendente.
Este trabalho pretende fazer uma leitura de Tutaméia, de Guimarães Rosa, focalizando principalmente um de seus prefácios – A escova e a dúvida. Busca-se problematizar a forma como a voz autoral e a voz narrativa se confundem nessa construção, assim como as conseqüências decorrentes dessa sobreposição. Pretende-se, ainda, efetuar uma discussão teórica em diálogo com alguns autores,
buscando compreender como Rosa utiliza esse mecanismo gerador de ambigüidades e perplexidades.
Tomando a figuração-representação do escritor em um dos prefácios de Tutaméia, busca-se problematizar os fluxos envolvidos na criação artística, considerando não apenas a interioridade ou exterioridade dos mesmos, como também a sua natureza ordinária ou extraordinária. Busca-se, então, estabelecer um diálogo entre tais dimensões, o conceito de porosidade poética e a perspectiva fenomenológica de Merleau- Ponty, com vistas ao desvendamento do lugar do escritor, tal como figurado na obra rosiana.
O presente trabalho busca abordar a forma como a dimensão
rítmica se constitui em Grande sertão: veredas. Partindo da
compreensão do conceito de ritmo e revisando o como este tem sido
abordado pela crítica rosiana, busca-se abordar mecanismos através
dos quais ele se expressa na narrativa. Teríamos, assim, um prelúdio
que corresponderia à primeira parte da obra, um ritmo frasal que gera
a mescla de gêneros, uma analogia entre o livro e o mantra e, ainda,
possibilidades hermenêuticas de interpretação do movimento.
Inspirado pela leitura de Grande sertão: veredas, a proposta deste trabalho é refletir acerca das relações complexas que se estabelecem entre realidade e ficção. Para tanto, busco utilizar o conceito de "porosidade poética", construído em diálogo com a obra rosiana e que visa dar visibilidade à dinâmica efetuada pela arte - em especial a literatura- como veículo de trânsito entre níveis distintos de realidade.