"O Recado do Morro", narrativa que faz parte de Corpo de Baile (1956), de Guimarães Rosa, funda-se no motivo da viagem para privilegiar a escrita da natureza e a alegoria do Brasil.
Fidelidade e infidelidade são comportamentos humanos corporificados por duas figuras míticas da Antiguidade: Helena e Penélope, personagens dos épicos Ilíada e Odisseia, atribuídos a Homero. Da literatura clássica migraram para a ficção contemporânea. Em Sagarana, de Guimarães Rosa, o tema da infidelidade, e seu avesso, a fidelidade, pode ser descrito a partir de suas aproximações às míticas Helena e Penélope.
O mito de Fausto narra o pacto de um indivíduo com o demônio, a quem vende a alma em troca de poder, riqueza e juventude. A concretização do pacto depende do crédito na exis-tência do demônio, entidade que se manifesta tardiamente na Antiguidade, mas que se tor-na parte do pensamento cristão a partir da Idade Média. O mito de Fausto expande-se du-rante o período renascentista e depois, consolidando a personagem “pactária” enquanto pa-trimônio da literatura ocidental, de que são exemplo as obras “A Salamanca do Jarau”, de João Simões Lopes Neto, “A teiniaguá”, episódio de O Continente, de Erico Verissimo, e Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa.