O conto "Famigerado", de Primeiras estórias, permite considerar as pectos da violência na obra de Guimarães Rosa, tal como se configuram no momento em que o jaguncismo, inseparável do mandonismo sertanejo tradicional, sofre mudanças ligadas à urbanização e à modernização, indicadas pelo conjunto do livro. A regra sertaneja da aliança e da vingança, e a inconsistência da lei no sertão, e no Brasil, dão lugar a uma rede de ambivalências condensada no duplo sentido antitético da palavra ?famigerado?. Relações com Sagarana, Grande sertão e Corpo de baile sugerem que a violência fundante, no Brasil, que persiste através das mudanças modernizantes, transparece na obra rosiana como um karma desafiando a sua superação.
Este trabalho analisa os contos "A menina de lá" e "Um moço muito branco" de João Guimarães Rosa e objetiva demonstrar o diálogo que o enunciador rosiano estabelece com o discurso mítico, perceptível na estrutura dos dois contos. Para isso nos valemos das relações que Calame (1986) estabelece entre o discurso mítico e cada um dos diferentes níveis do percurso gerativo de sentido da semiótica francesa.
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