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I Seminário Intergrupos da Rede Metacrítica: MidiAto e Mídia e Narrativa

O I Seminário Intergrupos da Rede Metacrítica: MidiAto e Mídia e Narrativa acontece nos dias 16 e 30 de outubro de 2020, das 16h às 18h. O evento online reúne integrantes dos grupos de pesquisa da ECA/USP e da PUC-Minas em duas tardes de debates e é aberto para participação do público.

As inscrições serão feitas no link: http://bit.ly/SeminarioMetacritica

O primeiro dia, 16/10, discute o tema “Cinema e Trabalho” e terá a participação dos coordenadores dos grupos, Rosana Soares e Marcio Serelle, debatendo o documentário de Marcelo Gomes, “Estou me guardando para quando o carnaval chegar” (2019). Leia abaixo a sinopse e onde encontrar o filme:

Novo filme do diretor Marcelo Gomes (“Cinemas, Aspirinas e Urubus” e “Joaquim”). “Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar” apresenta uma pequena cidade do Agreste pernambucano que é considerada a capital nacional do jeans. Esse microcosmo mostra o capitalismo moderno e suas transgressões. Teaser

O filme está disponível no Netflix e para compra no YouTube e no iTunes.

No segundo dia, 30/10, o tema “Narrativas contra-hegemônicas no contexto pandêmico”, será discutido a partir das apresentações de Glaura Cardoso, Caio Túlio Padula Lamas, Eduardo Paschoal e Thiago Siqueira Venanzoni, membros dos dois grupos de pesquisa.

Confira a seguir os resumos das apresentações:

Notas sobre República (Grace Passô, 2020)

Glaura Cardoso Vale e grupo de pesquisa Mídia e Narrativa

Grace Passô foi umas das convidadas pelo IMS, durante a quarentena, para construir uma proposta artística que resultou no filme República (2020). A intenção da artista passa por pelo menos duas dimensões: a que se traduz em uma “exaustão histórica desde que existe esse nome Brasil”; e, referindo-se ao tempo de hoje, a que perpassa por uma “sensação radical de falta de pertencimento”, conforme ressaltou Tatiana Carvalho Costa em live dedicada ao “Afrofuturismo e o cinema negro no Brasil da pandemia”. Tendo como desafio a discussão sobre narrativas contra-hegemônicas nesse contexto de produção, parece-nos apropriado trazer para o centro do debate República com o intuito de elaborarmos juntos(as) questões em torno das ideias de “sonho” e de “Brasil” criticamente apresentadas pela diretora.

O filme está disponível em: https://vimeo.com/423769303
Outros trabalhos do “IMS convida

Juvenicídio, luto e luta no documentário Auto de Resistência (2018)

Caio Túlio Padula Lamas (MidiAto, ECA/USP)

A partir do conceito de juvenicídio, proposto por José Manuel Valenzuela Arce, bem como de dados atualizados da situação dos homicídios de jovens no país, pretendo nesta apresentação esboçar traços de uma análise em andamento do documentário Auto de Resistência (2018), na tentativa de compreender os efeitos de sentido mobilizados pelas representações propostas da temática da letalidade policial praticada contra jovens moradores das periferias do Rio de Janeiro. Dessa maneira o silêncio, os ritos do judiciário e o grito de protesto das mães das vítimas se articulam para tornar visíveis tanto os descaminhos da Justiça como a humanidade que persiste na memória daqueles cujas vidas foram perdidas por meio da violência do Estado.

Por uma estética da resistência

Thiago Siqueira Venanzoni e Eduardo Paschoal de Sousa (MidiAto, ECA/USP)

Este trabalho parte de uma análise quantitativa de 200 curtas-metragem selecionados e produzidos durante a pandemia e o isolamento social para a Mostra Curta em Casa, parceira entre a SPCine e o Projeto Criar. Os critérios para participação eram ser morador de uma periferia na capital paulista e ter formação prévia em audiovisual. Com o propósito de refletir sobre o momento pandêmico a partir da perspectiva da própria casa, os projetos selecionados receberam 3 mil reais e tiveram 2 meses para a produção do curta-metragem. Neste estudo, optamos por um recorte qualitativo de cinco dessas produções, como uma maneira de aprofundar alguns traços qualitativos observados a partir do conjunto. Essa escolha tende à reflexão sobre um aporte estético como emblema dessas produções, em formas referendadas pela própria mostra, circulada pela plataforma YouTube. Entre os parâmetros elencados, optamos pelos seguintes eixos de análise: a) a escolha temática pela diversidade (Martin-Barbero, 2010), proposta já no edital, mas que ecoa nos objetos audiovisuais; b) as desigualdades sociais na pandemia, explicitadas especialmente pelas narrativas, e c) o formato híbrido como estratégia estética, presente tanto nos filmes quanto na própria maneira de produzir. Com esse conjunto de obras, é possível notar uma recorrência de forma e conteúdo (Willians, 2000) nos aspectos culturais e nos parece um caminho possível para refletirmos criticamente sobre formas de resistência por meio da linguagem audiovisual.