ISSN 2359-5191

11/05/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 06 - Economia e Política - Instituto de Matemática e Estatística
Estudo permite melhor avaliação de riscos da Bolsa

São Paulo (AUN - USP) - Ter controle sobre todos os riscos. Isso é o que os investidores da bolsa querem, e é o que os economistas e os matemáticos tentaram fazer no último século. Agora, com o estudo e as conclusões apresentadas pelo estatístico Alberto Foltran Berti, estamos mais perto de conseguir.

O pesquisador apresentou seu modelo em dissertação de mestrado no último dia 29 de abril, no Instituto de Matemática e Estatística da USP. Para pesquisar e apresentar o trabalho, aplicou variadas fórmulas de cálculo de risco à Ibovespa. Ele afirma que com certos ajustes (não foram mencionados) a fórmula pode ser aplicada a qualquer bolsa e até a desempenhos individuais de empresas.

Embora o modelo ainda apresente algumas falhas menores, vem apresentando cálculo de riscos mais corretos do que ambos modelos mais utilizados hoje, o Historical Simulation e o Riskmetrics.

A diferença está no intervalo de amostragem. Enquanto o Historical Simulation usa os dados dos últimos 250 dias para fazer um cálculo aproximado, e o Riskmetrics utiliza os números de abertura, fechamento, pico e fundo de cotação, o modelo apresentado por Berti utiliza intervalos de 15 minutos para cálculo, conhecidos como dados intradiários.

Apesar destas aparentes vantagens, isto não faz o modelo de Berti ser algo aceito universalmente. Segundo ele, um dos motivos que faz o Historical Simulation ser tão utilizado, apesar de não obter resultados muito precisos, é devido a sua simplicidade de uso e implantação. Além disso, o fato de utilizar operações matemáticas avançadas afasta o uso do pequeno investidor. “O pequeno investidor não tem infra-estrutura necessária para o uso desses modelos”, afirma. Grandes investidores e bancos, porém, deveriam olhar com atenção para os estudos do estatístico. “Eu diria que um investidor teria [com seu modelo] uma medida melhor de risco do que esses dois modelos”, conclui Berti.

Padrões

Berti demonstrou também a existência de certas normas do funcionamento da Ibovespa. Por exemplo, como a movimentação financeira da bolsa é bem maior pela manhã, logo após a abertura, sendo impulsionada em parte pelas especulações do overnight (as horas em que a bolsa está fechada). O fluxo então cai até a hora do almoço, quando atinge seu ponto mais baixo, sofrendo leve recuperação com a chegada da tarde.

Além disso, existe um certo padrão de frenética oscilação seguida de momentos de pouca volatilidade. Agora, poderiam estes padrões facilitarem a vida dos pesquisadores e investidores? Berti crê que não. “Uma coisa que precisa ficar bem clara é que não é possível prever a média, e mesmo a volatilidade não tão precisa. O mercado tem sua imprevisibilidade, nenhum modelo pode detectar quando irá ocorrer uma crise, que pode acontecer por motivos totalmente inesperados como foi o dos ataques terroristas de 11 de setembro”.

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