ISSN 2359-5191

11/05/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 06 - Saúde - Faculdade de Medicina
A substância beta-bloqueadores melhora a vida de pacientes com Insuficiência Cardíaca

São Paulo (AUN - USP) - Uma tese defendida na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) pelo professor de fisiologia do exercício Mário Sérgio Vaz procurou compreender quais são os efeitos dos beta-bloqueadores, substâncias miocardiodepressoras que diminuem a freqüência cardíaca, sobre a capacidade cardiopulmonar em pacientes com Insuficiência Cardíaca Crônica (ICC) durante teste de esforço físico.

A pesquisa foi realizada no Instituto do Coração entre 2001 e 2005. Foram selecionadas 406 pessoas divididas entre três categorias: pacientes com ICC em tratamento de beta-bloqueadores, pacientes com ICC sem tratamento de beta-bloqueadores e pessoas saudáveis. O objetivo do estudo foi analisar o comportamento do VO2 (consumo de oxigênio pelo organismo) durante os exercícios, juntamente com a influência dos beta-bloqueadores.

A função cardiovascular consiste em fornecer oxigênio e nutrientes ao organismo através da corrente sangüínea. A capacidade de bombeamento de sangue pelo coração em pacientes com Insuficiência Cardíaca Crônica é bastante reduzida devido à perda da força do músculo cardíaco (o miocárdio). Na prática de um exercício, o quadro se agrava, pois a necessidade de oxigênio aumenta e o coração não consegue suprir a necessidade metabólica, acarretando a fadiga precoce. Esses pacientes têm, nessa situação, o sistema nervoso autônomo simpático acionado intensamente, através de nervos localizados no miocárdio, para aumentar a potência de bombeamento do coração.

Ele constatou que o aumento da atividade simpática é positivo num primeiro momento, mas ocasiona uma sobrecarga de ação do músculo cardíaco com o passar do tempo, deteriorando ainda mais a função cardíaca. O organismo gera um ciclo vicioso em relação à ação do sistema nervoso simpático e, neste caso, é necessário o bloqueio deste mecanismo, evitando efeitos tóxicos da adrenalina e da noradrenalina. Com isso, os médicos prescrevem o uso de beta-bloqueadores que além de miocardiodepressoras também, como constatado na tese, aumentam o VO2 (consumo de oxigênio). É importante ressaltar que foi constatado que pacientes com baixos valores de VO2 no teste de esforço físico apresentaram os piores prognósticos, ou seja, evolução negativa da doença. “Os beta-bloqueadores melhoram a função do VO2, como preditor de sobrevida”, afirma Vaz.

Insuficiência Cardíaca

Os fatores de risco para o desenvolvimento da IC são hipertensão arterial, diabetes, problemas valvares, infarto agudo do miocárdio, doença de Chagas, além dos fatores que levam ao desenvolvimento desses primeiros fatores como o cigarro, má alimentação e o sedentarismo. A via final de um organismo bombardeado por esses fatores de risco são as doenças cardíacas. Se a doença já está num estágio avançado, com o passar do tempo e mantendo-se o mesmo estilo de vida, o quadro evolui comprometendo o músculo cardíaco sendo, então, necessário o transplante.

Ocorre que o transplante cardíaco não é viável em muitas pessoas daí a necessidade de novas drogas e terapias alternativas para manter a vida desse paciente sem que haja a necessidade de transplante do órgão lesado.

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