ISSN 2359-5191

25/04/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 25 - Saúde - Hospital Universitário
Casos de dengue notificados pelo hospital da USP diminuíram no primeiro trimestre de 2008

São Paulo (AUN - USP) - A dengue ocasionou uma epidemia no Estado do Rio de Janeiro no primeiro trimestre deste ano, com mais de 75 mil pessoas infectadas na região. Já em São Paulo, o número de casos de dengue, neste mesmo período, caiu 97%, segundo dados do governo do Estado. O Hospital Universitário da USP notificou mais de 450 casos em 2007, contra um pouco menos de 100 nos primeiros três meses deste ano.

A dengue é uma doença de notificação compulsória, ou seja, caso o médico suspeite que se trata de um caso de dengue, o hospital é obrigado a notificar o governo quanto a esta possibilidade. A rubéola, leptospirose, AIDS e hepatite C, por exemplo, são doenças cuja notificação é compulsória. Dos casos de dengue registrados pelo HU no ano passado, cerca de 30% foram confirmados laboratorialmente por sorologia positiva.

Esta taxa relativamente baixa deve-se – em parte - segundo a médica Valéria Cassettari, da Comissão de Controle de Infecções Hospitalares do hospital, à precipitação das pessoas em busca de atendimento hospitalar. Febre alta e dores de cabeça, por exemplo, são sintomas de diversas outras doenças, mas as pessoas acham que é dengue por medo e falta de informação. O paciente deve procurar auxílio médico quando os sintomas são diferentes da gripe comum, ou quando a febre diminui, mas se iniciam outros sintomas, como sangramento, vômitos ou dores abdominais.

Cassettari afirmou que a variação do número de casos de pessoas infectadas tem uma série de causas. “O controle do mosquito é importante, mas difícil, pois este depende tanto de ações públicas quanto de ações individuais.” Ou seja, as duas partes têm que agir em conjunto, o governo cuidando das áreas públicas e o cidadão da sua casa. Não deixar água parada e colocar terra em vasos de plantas, por exemplo, são duas medidas simples que ajudam na contenção do mosquito.

Outro fator importante para o aumento ou diminuição do número de casos, e até mesmo na sua gravidade, é a inserção de um novo sorotipo de vírus no ambiente. A dengue se apresenta em quatro sorotipos. “A pessoa infectada por um deles tem imunidade prolongada para este mesmo sorotipo, mas não para os outros”, explicou a infectologista.

A introdução de um novo tipo de vírus causa o aumento do número de casos devido à inexistência de anticorpos, e o indivíduo fica, portanto, mais suscetível. Corre-se o risco também dos casos terem sua gravidade aumentada. Isso porque a reincidência da doença pode ocasionar um quadro clínico mais grave, a dengue hemorrágica.

Valéria Cassettari afirmou que, caso a pessoa apresente sinais como febre alta, dores de cabeça, náuseas e cansaço, o mais importante é hidratar-se (mais de 2 litros de água por dia), não tomar medicamentos que contenham AAS (como a Aspirina) e sim dipirona (como a Novalgina) ou paracetamol (como o Tylenol). . Se a febre abaixar e for seguida de dores abdominais contínuas, sangramentos, vômitos persistentes ou diminuição da urina, aí sim é hora de procurar um médico.

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