ISSN 2359-5191

17/05/2002 - Ano: 35 - Edição Nº: 08 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Pesquisas Energéticas
Brasil ingressa em organização internacional para estudo de água

São Paulo (AUN - USP) - O Brasil é o mais novo membro da The International Association for the Properties of Water and Steam (IAPWS - Associação Internacional para as Propriedades da Água e do Vapor), um organismo que apóia as pesquisas para o estudo do comportamento da água e do vapor sob diferentes condições. Ele ingressou no grupo em setembro de 2001. O doutor em engenharia nuclear do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), Benedito Dias Baptista Filho, representante do país nessa oportunidade, explica que esse processo ocorreu em parceria com a Argentina, que já participava da IAPWS. Isto é, a representação brasileira ocorrerá por meio de um comitê bilateral com nossos vizinhos, a mesma forma de associação existente entre Inglaterra e Irlanda, por exemplo.

Os cientistas do Ipen se preparam para o próximo encontro do organismo, que será realizado em julho, na Argentina. As pesquisas concentram-se no desenvolvimento de um programa computacional, baseado nas mais recentes formulações científicas para a preparação e edição de tabelas da água e do vapor. O próprio Instituto sempre foi um grande usuário desses códigos computacionais dependentes de cálculos de propriedades termodinâmicas e termofísicas da água, e, com essa associação passa a ser um divulgador e fornecedor desses programas de cálculo. As tabelas estão sendo organizadas para uma publicação que deve ser lançada no encontro de julho. Seria a primeira compilação do gênero em português e também em espanhol.

Benedito Baptista ressalta a importância da criação de softwares que forneçam esses dados sobre a água e o vapor. “Muitos reatores nucleares, por exemplo, trabalham com refrigeração à água. E, por isso, é fundamental saber qual é o comportamento dessa substância em condições diversas de pressão, temperatura e muitos outros fatores”. O estudo dessas propriedades possibilita estabelecer parâmetros de segurança principalmente em sistemas que trabalhem com reações nucleares.

Além do Ipen, há outros institutos brasileiros envolvidos: o Instituto de Estudos Avançados (IEAv) do Centro Técnico Aerospacial (CTA), em São José dos Campos, e o Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN), em Belo Horizonte. Entretanto, ainda ocorre a carência de pesquisadores no projeto, o que acaba por sobrecarregar os já engajados. “Gostaríamos que outras instituições, que também se interessem, venham a trabalhar conosco”, diz Benedito Baptista.

Contudo, um fator tem contribuído para trazer mais cientistas para a pesquisa na vertente brasileira: a crise argentina. A própria parceria na IAPWS foi influenciada pela situação econômica da Argentina, uma vez que levou à redução das verbas para os estudos nucleares. E mais, os próprios profissionais atravessam a fronteira buscando salários melhores ou, pelo menos, em dia.

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