São Paulo (AUN - USP) - Uma pós-graduação ligando o Instituto de Química, o Instituto de Física e a Faculdade de Educação da USP trabalha com pesquisas sobre o ensino das ciências. Para a professora Adelaide Faljoni Alario, da Química, os estudos “dão subsídios aos governantes para ditar políticas públicas na área de educação e, conseqüentemente, na área social”.
Entre as linhas de pesquisa estão: a elaboração de indicadores para auto-avaliação das universidades, uma análise do acesso à universidade medindo o desempenho de alunos do Ensino Médio público nos concursos vestibulares de universidades públicas de São Paulo, capacitação de professores e estruturas curriculares para o Ensino Médio e o Ensino Superior.
As conclusões das pesquisas podem ser aplicadas na melhoria do ensino nas escolas: “A Universidade tem interação muito grande com o Conselho Estadual de Educação. Essa inter-relação é de mão-dupla, uma parceria. O resultado final é o aumento na qualidade de ensino e, conseqüentemente, qualidade de vida para o cidadão brasileiro”, diz a professora Adelaide.
Uma preocupação da professora Adelaide é a criação de novos cursos para o Instituto de Química, voltados à formação de educadores e ao meio ambiente. Ela sugeriu cursos para o período noturno, o que facilitaria para pessoas que encontram dificuldades em freqüentar uma faculdade porque já trabalham.
Além disso, a professora tenta acabar com a visão negativa da química - muitas vezes associada à poluição - citando a preocupação dessa ciência com o meio ambiente. Ela destaca ainda a importância de uma mudança no modo como a química é ensinada nas escolas, o que mudaria a visão dos alunos. Muitas vezes, ela sequer é encarada como uma ciência natural, presente em nossa vida.
“O ensino de Ciências Naturais permeia toda a vida do ser humano. O bebê já distingue entre o ácido, o doce, o salgado. Depois ele cresce e tem noção do amargo. No paladar ele já sente. E ele percebe que isso é bom, que um dia ele vai querer o doce, e no outro, o salgado”, explica Alario.
A professora da Faculdade de Educação Anna Maria Pessoa de Carvalho conta que essa integração entre unidades na pós graduação nasceu há 28 anos para envolver a Física e a Biologia. “Mas sempre esteve aberta aos outros institutos, principalmente às ciências”, acrescenta ela.