ISSN 2359-5191

24/11/2010 - Ano: 43 - Edição Nº: 106 - Saúde - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Fórum na Veterinária da USP debate ética na medicina

São Paulo (AUN - USP) - A ética no relacionamento dos médicos com os pacientes e com seus colegas foi tema do “VII Fórum da Comissão de Ética Hospitalar”, do Hospital Veterinário (HOVET), realizado na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP, no ultimo dia 10. No evento, o tema foi tratado de forma geral, analizando-se os pontos onde há similaridade entre a medicina e a veterinária.

De acordo com o professor Max Grinberg, membro da Comissão de Ética Hospitalar (CEM) do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (CREMESP), um novo conceito, chamado de bioética, está substituindo as questões ligadas à deontologia na medicina. Esse conceito se divide em três principais pontos, ligados ao benefício, à segurança e à autonomia.

O primeiro diz respeito ao fato de um médico só pode recomendar a um paciente algo que seja realmente útil e eficaz. O segundo é mais ligado a não fazer mal. Ou seja, só deve ser tomada uma medida se o médico tiver total segurança de que aquilo, mesmo tendo benefício comprovado, não será prejudicial ao paciente, naquela circunstância específica. Já o terceiro é que o paciente tem o direito de participar de sua saúde. Portanto ele tem autonomia para decidir sobre os procedimentos a serem tomados e um médico não pode tomar nenhuma atitude sem consentimento, a não ser em caso de emergência.

Outro assunto bastante abordado no fórum foi no que diz respeito ao relacionamento entre colegas. Segundo Grinberg, das 6000 denúncias recebidas anualmente pela Comissão de Ética, 5 % são de médico contra médico. Mesmo sendo um número relativamente baixo, de acordo com ele “essas são as que mais impactam no ambiente de trabalho”. Ele disse que em sua maioria, essas denúncias se dão pelo fato de um profissional querer dar “palpites” sobre o trabalho do outro.

O próprio Código de Ética de Medicina Veterinária faz menção ao tema, ao dizer que um médico nunca pode afirmar categoricamente, ao paciente, que o outro profissional errou, exatamente por não saber quais eram as circunstâncias do momento do procedimento. Há também casos de médicos disputando cargos ou pacientes, e também problemas com relação a convênios que também são passíveis de denúncia na Comissão de Ética.

O que ficou como destaque no evento é que um médico tem a obrigação de conhecer a legislação que rege a sua profissão. Isso para saber seus deveres, e não cometer falhas que possam levar a processos, e também para ter noção dos seus direitos, e assim poder se defender, em caso de denúncia inapropriada. Como destaca a professora Rosemary Viola Bosch, membro da Comissão de Ética de Medicina Veterinária, “conhecimento técnico é fundamental, mas conhecer a legislação e o código de ética é essencial”.

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