ISSN 2359-5191

06/09/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 82 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Sistema de climatização pelo piso aponta melhoria do ar em ambientes internos

São Paulo (AUN - USP) - Pesquisa de mestrado realizada na Escola Politécnica da USP analisa alguns dos benefícios de sistemas de climatização com insuflamento de ar pelo piso. Levantamento de experiências que comparam a eficiência e os benefícios para a saúde que esse sistema possui, em relação ao sistema de climatização comum, o estudo feito por Renata Maria Marè demonstra as vantagens e os cuidados necessários para optar por um modelo ao invés do outro.

Baseado no processo de convecção natural (ocasião em que um sistema torna-se instável e tem início um processo de mistura por movimento de massa), o sistema com insuflamento de ar pelo piso consiste na utilização da área compreendida entre a laje inferior e o piso elevado das edificações para o insuflamento de ar climatizado, que ocorre por meio da instalação de difusores. Com um retorno, geralmente localizado no teto, esse sistema permite que o ar percorra os ambientes de modo ascensional, à medida que toma contato com as fontes de carga térmica (pessoas e equipamentos). O ar entra mais limpo e fresco na zona ocupada dos ambientes em que o sistema é instalado, e por meio da convecção natural, observa-se melhor efetividade da ventilação. Ou seja, a capacidade de remoção de contaminantes do ambiente (material particulado em suspensão e CO2, por exemplo), passa a ser comparativamente maior em relação ao sistema convencional.

Nas palavras da engenheira, “este sistema permite temperaturas de insuflamento mais altas que o sistema convencional, visto que o ar é insuflado próximo aos ocupantes do ambiente, proporcionando um menor gasto energético”. No caso dos sistemas de climatização com insuflamento pelo teto, o que ocorre é uma homogeneização da temperatura, sem que haja a real necessidade de resfriar as zonas não ocupadas. “É o que pode ser observado nos cinemas, onde há um pé direito muito alto que exige o insuflamento de ar a baixas temperaturas para que se atinja, na zona ocupada, o conforto térmico”, exemplifica Renata.

O sistema com insuflamento de ar pelo piso resulta assim na estratificação da temperatura (diferença de temperatura entre o piso e o teto), dentro de parâmetros de conforto térmico, formando-se uma camada de ar quente acima da zona ocupada. Esse sistema elimina parte do ar de retorno e reaproveita outra, o que proporciona maior eficiência energética. No entanto, são necessárias estratégias de operação adequadas, visando-se controlar a umidade da mistura de novas porções de ar externo com o ar recirculado, para que com o recomeço do processo o ar insuflado atinja as condições desejadas.

Segundo Renata, outro cuidado - pesquisado por sua orientadora, Brenda Leite - que deve ser tomado por quem opta por esse tipo de sistema é a adequada instalação dos difusores, que devem estar a, no mínimo, 80 centímetros de distância dos ocupantes, a fim de evitar o incômodo causado pela velocidade com que o ar entra no ambiente. De acordo com a pesquisadora, o “sistema de climatização não é o vilão, tudo depende de como você o projeta, usa e mantém”.

E se, no caso do sistema de climatização convencional, mudanças de layout de acordo com o posicionamento das entradas de ar podem ser um problema, para os sistemas com insuflamento pelo piso esse é um diferencial. Montado a partir de placas que formam um piso elevado contínuo, esse sistema de climatização permite que facilmente se reconfigure o layout dos ambientes, adequando-o às necessidades de cada empresa e de cada ocupante.

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