ISSN 2359-5191

15/11/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 111 - Meio Ambiente - Instituto de Estudos Avançados
Energia eólica é sustentável para ambiente e economia

São Paulo (AUN - USP) - As vantagens e desvantagens da energia eólica, como tem se mostrado competitiva, seu crescimento no Brasil e no mundo e quais as empresas atuam nesse mercado são os principais temas do livro Energia Eólica(Editora Senac, 215 páginas), organizado por José Eli da Veiga, formado em agronomia e especializado em economia, atualmente professor no Instituto de Relações Internacionais (IRI) da USP. O livro, impresso em papel reciclado, dá também uma explicação de como funciona a energia cinética do vento e a tecnologia dos geradores. Seu conteúdo é divido em dois artigos, um escrito por Adilson de Oliveira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e outro por Osvaldo Soliano, engenheiro elétrico e diretor do Centro Brasileiro de Energia e Mudança do Clima (CBEM).

Soliano afirma que “o recurso brasileiro é muito bom”, com ventos de qualidade nos litorais do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Ceará e no centro da Bahia. “O vento é considerado comercial com uma velocidade média anual acima de 7 metros por segundo, e não pode ser de rajadas”, esclarece. O ventos brasileiros atendem estes requisitos.

Burocracia da energia O engenheiro explica que toda energia do Brasil é comprada num leilão com cinco anos de antecedência ao seu uso. Em 2009, o governo fez um leilão específico onde só compraria energia eólica, como forma de incentivo, e ela “se mostrou extremamente competitiva”, afirma Soliano. É atualmente a segunda fonte mais barata de energia, perdendo apenas para a hegemônica hidroelétrica.

A dominância da hidroelétrica é um problema. Além de ter dificuldades ao licenciar grandes áreas para inundação, por causa do dano ambiental – evidente na polêmica de Belo Monte –, se falta chuva, falta energia. O Nordeste enfrenta a pior seca dos últimos 83 anos, com “Sobradinho operando em 20% de sua capacidade”, diz Soliano. Para compensar, ele conta que “as termoelétricas estão sendo despachadas 24 horas por dia, queimando óleo combustível, o pior possível”.

A energia eólica é claramente uma alternativa mais limpa. Após sua instalação, não emite gás carbônico (CO2). No entanto, também é intermitente, e só funciona se estiver ventando. Por isso é vista como uma matriz alternativa, o ideal tendo fontes diversificadas e não apenas uma dominante. “Há uma complementariedade no Brasil entre a hidráulica e a eólica. O período seco é o que tem mais vento”, conta o engenheiro. “Quando passamos a conhecer muito um recurso, começamos a prever, planejar estatisticamente as adversidades”, ressalta Soliano, ao destacar a importância da pesquisa na área.

As previsões estão de vento em popa. Soliano afirma que “até 2016 o país já terá contratado, em eólica, o correspondente a 7% da energia total”, explorando uma capacidade três vezes maior do que se tem atualmente. O Brasil tem potencial de gerar 120 gigawatts com essa energia, podendo ter parques eólicos instalados em áreas inóspitas, como o semi-árido baiano.

As principais adversidades são falta de tecnologia nacional, impossibilidade de se armazenar vento, intrusão visual na paisagem e interferência na rota de migração dos pássaros. São problemas que podem ser contornados com estudo, e Soliano finaliza: É preciso que a sociedade se posicione e decida o quanto quer investir nessa fonte renovável.

Leia também...
Nesta Edição
Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br