ISSN 2359-5191

15/11/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 111 - Educação - Instituto de Psicologia
Prática da biodança é aposta terapêutica na Psicologia

São Paulo (AUN - USP) - Biodança, modalidade desenvolvida pelo psicólogo chileno Rolando Toro na década de 1960, que pretende integrar as vivências da vida com os movimentos praticados no ato de dançar, foi alvo de estudo do Instituto de Psicologia (IP) da USP. A palavra significa “dança da vida” e tem como proporcionar a experimentação de novos movimentos, novas sensações, permitir que as pessoas enxerguem a si mesmas e como elas se movimentam no mundo.

O estudo foi desenvolvido por Alice Casanova dos Reis, que conheceu a biodança ainda na graduação. “Quando fui fazer minha tese de doutorado, vi que ela era muito pouco conhecida no meio acadêmico e resolvi me aprofundar no assunto”, diz a psicóloga, que afirma acreditar na dança como uma possibilidade de auxiliar as pessoas a mudarem.

A biodança tem como objetivo promover os potenciais saudáveis das pessoas. Ela é realizada exclusivamente em grupo: não existe a prática individual da biodança, pois também existe a preocupação de fazer os praticantes refletirem sobre suas relações com os outros. O grupo é coordenado por um “facilitador”, uma pessoa que realizou um curso de formação de professor de biodança. O curso dura em média três anos e já é oferecido em diversos lugares do mundo. Essa pessoa faz as mediações e as propostas no encontro, chamadas de “vivências”. Essas vivências consistem na realização de exercícios que visam trabalhar através da dança aspectos como a identidade, a vitalidade, a criatividade, entre outros.

A dança
A dança é espontânea e livre, sem uma coreografia ou técnica específica. O objetivo é deixar o praticante livre para se expressar a sua maneira. Apesar disso, existe uma proposta que envolve o tema sugerido pelo facilitador, que servem como um norte para os dançarinos.

Os exercícios foram elaborados por Toro com “o objetivo de promover a consciência ética e a alegria de viver”, como diz Alice. Um exemplo dado pela psicóloga é o “caminhar”, onde a dança se dá pelo deslocar-se no ritmo cadenciado da música. a dança da semente. "A intenção é vivenciar como cada um deseja caminhar pelo mundo e sua capacidade de escolher aonde e como ir". Segundo Alice, a maneira de dançar varia de pessoa para pessoa: algumas caminham rápido, outras vão mais devagar, umas mudam com frequência a direção, etc.

O que a pesquisa mostra é que as praticantes – no caso do grupo estudado, eram só mulheres, mas existem muitos homens já praticam a modalidade ao redor do mundo – viam outras possibilidades no grupo. “Elas relatavam transformações significativas em seu cotidiano, principalmente nas relações com os outros.”

Um ponto que Alice destaca é o da afetividade. “As vivências sempre estão relacionadas à questão da afetividade, da maneira como as pessoas expressam seu afeto. Elas relatam que isso melhora ao longo das sessões.”

Por esse motivo, o de criar vivências que envolvem o cotidiano dos praticantes, é que a biodança significa “a dança da vida”, uma modalidade com um sentido terapêutico. A terapia acontece por meio da experiência estética, quando o praticante recria a si mesmo. “Durante a dança se experimentam novos movimentos, novas sensações. O modo como a gente se movimenta no mundo é o modo de ser no mundo, o modo de ser na relação com o outro e consigo.”

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