ISSN 2359-5191

17/11/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 113 - Arte e Cultura - Editora da USP
Edusp promove Simpósio Internacional Livros e Universidades
No ano comemorativo de 50 anos da Edusp e de 40 anos do curso de editoração da USP, encontro discute e promove trocas de conhecimentos sobre a área

São Paulo (AUN - USP) - Os rumos das editoras, tanto comerciais como universitárias e suas experiências foram temas de debates do simpósio internacional Livros e Universidades, que ocorreu entre os dias 5 e 8 de novembro. Um dos primeiros destaques foi o local onde ocorreu o evento, no recém-inaugurado auditório da Biblioteca Mindlin, parte da construção da biblioteca Brasiliana, ainda em construção. Entre os questionamentos das mesas estiveram o novo papel das editoras no século 21, a influência dos novos conteúdos e livros digitais e os desafios das editoras universitárias neste novo contexto.

De segunda a quinta, 50 palestrantes estiveram no simpósio. O primeiro dia foi reservado à apresentação do evento, com a conferência de abertura feita pelo professor Ivan Prado Teixeira. A primeira mesa, na terça-feira, teve o tema “Editores e Escritores no Mercado das Letras: Balanços e Perspectivas”. A mediadora foi a curadora do evento, a professora Marisa MidoriMaecto. Estiveram no encontro André Schiffrin, da editora The New Press, de Nova Iorque, Laurence Hallewell, da Universidade de Columbia, e o professor Paulo Franquetti, presidente da editora da Universidade de Campinas, Unicamp.

André Schiffrin falou sobre a nova conjuntura das editoras no cenário internacional, apontando principalmente a formação de grandes conglomerados de mídia. Grandes editoras mantêm o monopólio das publicações, impossibilitando tanto o lançamento de novos autores e a manutenção de pequenas editoras. Schiffrin também falou desse movimento de “censura do mercado” em relação aos livros de maior complexidade e de temais mais específicos, citando autores como Foucault.

Como alternativa a esse mercado pouco explorado pelas grandes editoras, André Schiffrin citou a publicação desses volumes em editoras universitárias. O especialista ponderou os problemas e potencialidades dessas editoras, dizendo que elas têm osmesmos problemas dos grandes conglomerados, com a diferença da defasagem tecnológica. Ele também citou a tecnologia dos livros digitais, e de distribuidoras desses conteúdos, como a Amazon, como males para a manutenção das editoras físicas.

O segundo a falar foi Laurence Hallewell, que expôs seu estudo sobre o mercado editorial brasileiro. Seus conhecimentos acerca da biblioteconomia possibilitaram um estudo aprofundado da historiografia brasileira, e ressaltou o período da Ditadura Militar como um de maiores impactos na produção editorial. De uma publicação de 45 mil livros, houve um salto para cerca de 300 mil, aquecendo o mercado. Os anos 1980, porém foram de regressão nas editoras, acompanhando a recessão econômica.

Paulo Franquetti continuou a discussão sobre a produção de livros no Brasil, com oolhar sobre a as editoras universitárias. O professor relatou os problemas e as soluções encontradas na Unicamp, e que para ele se estendem para outras universidades. Um dos problemas ressaltados foi o perigo da sujeição das editoras nas universidades públicas aos “fluxos e refluxos políticos”, atrapalhando a manutenção dos funcionários e também a produção interna. O despreparo e a falta de orçamento foram outros problemas descritos.

Franquetti também falou da importância das editoras universitárias na manutenção e difusão de conhecimento científico, além do relançamento de obras de autores importantes para o aprendizado acadêmico. A tradução e a incorporação de textos originais de autores estrangeiros foi outro aspecto importante que o professor colocou em relação às universidades.

Todos os autores ressaltaram as dificuldades das editoras, em relação aos grandes grupos e também em à distribuição e logística de livros e da difusão de obras que não são consideradas best sellers. Essa foi uma preocupação recorrente em grande parte dos debates realizados durante o simpósio e que foram discutidos entre especialistas de diferentes países.

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