ISSN 2359-5191

11/04/2014 - Ano: 47 - Edição Nº: 3 - Economia e Política - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Pesquisa aponta que democracias estimulam o capital humano
Ensaio discorre acerca de razões políticas e sociais influentes no crescimento econômico
O crescimento econômico depende do bom desenvolvimento das democracias

Quais são os principais fatores que afetam a macroeconomia de um país? Foi com base nessa pergunta que o pesquisador Antonio Bruno de Carvalho Morales, da Faculdade de Economia e Administração (FEA) propôs alguns pontos de análise sobre o crescimento econômico em sua recente pesquisa. Dentre as principais conclusões, se destaca o fato de a democracia aparecer como desestimuladora do capital físico, mas fortalecedora do capital humano; e medidas de congelamento de preços aumentarem o consumo devido o estímulo para poupar dinheiro.

Causa estranheza afirmar no mundo contemporâneo que as ditaduras mantém maiores taxas de crescimento. Entretanto, tal afirmação contém uma certa base teórica. Países nesse tipo de regime controlam suas pressões sociais de forma mais incisiva, e até mesmo violenta. Desta forma, podem realizar uma distribuição de recursos direta para a área de interesse dos seus governantes. O fator de desenvolvimento econômico (mesmo apenas aparente) acaba se tornando o responsável pela validação popular de algumas ditaduras.

 


(Evolução da economia brasileira ao longo dos regimes políticos. FONTE: IPEA)

 

Em uma democracia, os clamores populares ganham força, e a distribuição de recursos ocorre de forma a evitar conflitos com os diversos setores da sociedade. Com maiores gastos, o governo é obrigado a cobrar maiores tributos e os investimentos acabam diminuindo. Desta forma, na teoria, o fator econômico enfraquece. Entretanto, o capital humano passa a ganhar mais incentivo em detrimento do capital físico.

Morales combate a possível visão da democracia como algo negativo para a economia: “Uma democracia, se bem desenvolvida, alcança crescimentos muito altos. Hoje há incontáveis exemplos de países que alcançaram esse status”.

Como conclusão, o pesquisador chegou a um modelo matemático. Entretanto, avisa acerca da complexidade dessas situações políticas: “A causalidade não é de nenhum dos lados. É preciso compreender a existência de democracias e ditaduras que crescem ou regridem economicamente”.

As lições da inflação

Morales usou o congelamento de preços do plano cruzado como estudo de caso para compreender as atitudes de consumo da população em situações análogas à esta ocorrida no Brasil.

O congelamento de preços estimula as pessoas a pouparem, e o consumo acaba atingindo altos índices. A medida, alvo de polêmicas discussões em âmbitos políticos e econômicos, pode ter diferentes consequências: “O congelamento é uma escolha não necessariamente boa ou ruim. O consumo aumenta, mas há uma pressão inflacionária sobre o produtor. Os governos precisam ficar atentos, em situações como essa, principalmente no período de descongelamento, que pode ser perigoso economicamente”.

Questionado sobre quais lições os países poderiam tirar de situações como essas, Morales afirmou: “É sempre bom olhar para o passado para tentar compreender e agir no presente”. 

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