De casa nova desde o fim do ano passado, o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) passa por um momento delicado. Apesar de contar com o Edifício Brasiliana como seu endereço definitivo, o processo de mudança ainda não está concluído e, além disso, apresenta atrasos. Enquanto isso, o atendimento ao público fica comprometido: atualmente, não há nenhuma exposição marcada, e a Biblioteca e o Arquivo estão abertos para atendimento apenas em meio período.
Na outra metade do expediente, os funcionários se dedicam a finalizar o catalogamento do acervo de livros e documentos para a realização da mudança. “É um trabalho muito grande. O acervo de livros do IEB tem quase 200 mil volumes, e o acervo de documentos tem 500 mil. Então, é uma coisa que leva um tempo”, afirma a diretora do Instituto, Maria Angela Leite. Ela diz que, eventualmente, o atendimento pode ser um pouco mais demorado, mas assegura que os consulentes não estão deixando de serem atendidos.
Apesar de todo o transtorno, a mudança marca uma nova fase para o IEB. O prédio novo deixará a mobilidade dentro do Instituto muito mais dinâmica, pois, segundo Maria Angela, o acervo ficará funcionalmente distribuído. Outro ponto positivo é a proximidade com a Biblioteca Brasiliana Mindlin. A diretora do IEB exemplifica: “alguém que consulta um livro aqui [no IEB] e sabe que existe uma outra edição desse livro lá [na Biblioteca Mindlin] pode fazer um estudo comparativo” - assim, sem a necessidade de se atravessar grandes distâncias, tem-se uma pesquisa muito mais rica.
Para que a mudança seja efetivamente concluída, a obra civil deve ser finalizada a fim de que as seções financeira, administrativa e a direção possam deixar seus locais provisórios (a sala de exposições do novo prédio do IEB) e ocupar seus devidos escritórios. Além disso, deve ser realizada a compra do mobiliário necessário para que o acervo possa ser enfim transferido para a nova sede. Como ela possui pé-direito menor do que a antiga, devem ser compradas novas estantes para que os livros e documentos sejam alocados. Esses dois processos aguardam liberação de recursos por parte da Reitoria, para que ocorra então a publicação dos editais.
Com suas novas instalações, o IEB ganhou também muita visibilidade dentro do câmpus da USP, mas ainda longe do ideal. De acordo com Maria Angela, apesar de o IEB receber um número expressivo de pesquisadores estrangeiros e brasileiros de fora da cidade de São Paulo, ele é procurado por um número pequeno de pesquisadores de dentro da universidade. Essa familiaridade da USP com o IEB deve melhorar, segundo a diretora, pois o Instituto ganhará extrema importância e perderá, definitivamente, o caráter provisório que era antes associado à sua imagem.
Fotos: Marcos Santos/USP Imagens