ISSN 2359-5191

30/06/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 60 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Sistema gera energia através da rede de distribuição de água
Com instalação de microturbinas em pontos específicos, economiza-se água e um lucro maior é gerado para empresas
Crianças visitando a estação de água de Piquete. Fonte: CabPiquete

O sistema de distribuição de água em uma cidade é bastante complexo. Envolve diferenças de pressão e vazão nos mais deferentes pontos, junto com problemas que fogem do esperado, como vazamentos e defeitos em válvulas de controle de pressão. Tudo isso gera perdas e um elevado consumo de energia. Pensando nisso, André Sosnoski, em sua tese de doutorado defendida na Escola Politécnica da USP, desenvolveu um método de instalação de microturbinas na rede de distribuição para compensar essa perda energética.

“A ideia é  instalar microtubinas em pontos específicos, pra se obter um ganho no consumo de energia”, comenta Arisvaldo Mello, orientador da tese. “isso já foi pensado em algumas cidades brasileiras. Em 2013,  uma colega fez um estudo para esse método na cidade de Cruzeiro. Na Itália, por exemplo, essa tecnologia é amplamente utilizada nas cidades onde há grandes populações. Nós fizemos estudos e aplicamos uma metodologia simplificada,  que não envolve uma grande parafernalha tecnológica e computacional, pra facilitar o uso das pessoas, companhias e concessionárias”.

A metodologia consiste em canalizar a rede com um programa de simulação hidráulica da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, de domínio público, e a escolha dos pontos ótimos de instalação foi feita com metodologia desenvolvida na tese de doutorado. Ela consegue selecionar pontos com pressão e vazão suficientes para instalar uma microturbina de geração de energia com o próprio fluxo da rede normal de distribuição, sem afetar o sistema de entrega de água. Esses pontos são locais de sobrepressão, onde as tubulações são exigidas no limite.

O estudo usou a cidade de Piquete, na região noroeste de São Paulo, com apoximadamente 11 mil habitantes. Verificou-se que as microturbinas geram 69 kwatt por dia, com lucro de R$ 1611 diários, e a redução da perda de água economiza cerca de R$ 66. Com isso, o lucro anual gira em trono de R$ 2.4254.  Analisando as relações de custo benefício, os custos de instalação e manutenção numa rede pequena como a da cidade teria tempo de retorno de 3,2 anos, ou seja, esse seria o tempo necessário para pagar todos os gastos de instalação.

“Esse sistema é compatível com o uso alternativo de energia,  que é uma tendência mundial, pois faz às vezes de uma minicentral elétrica. Mesmo em uma rede pequena, consegue-se ter um superávit na geração de energia, e isso afeta diretamento o lucro das empresas. Tendo lucro maior, isso pode se reverter em tarifas menores para o consumidor e maior eficiência do sistema, além da vantagem ambiental”.

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br