No dia 24 de maio, a ministra da Agricultura Kátia Abreu declarou, na abertura da 83ª Assembleia Mundial da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Paris, que o Brasil vai terá um sistema de lacre eletrônico para contêineres de frigoríficos plenamente instalado até o fim deste ano. Desenvolvido na Escola Politécnica, o sistema permite agilizar na burocracia para a liberação das exportações nos portos brasileiros.
Batizado de Canal Azul, o sistema foi desenvolvido no Gaesi, um grupo de pesquisa do Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétrica da Universidade de São Paulo. Ele consiste em um chip instalado no lacre de contêiner para o transporte de carne bovina, chamado de “lacre eletrônico”. O chip susbstitui os papéis que o caminhoneiro deve levar, pois enquanto o contêiner é lacrado, um funcionário cadastra as informações da carga no sistema, como por exemplo, a nota fiscal. No porto, esses dados ficam disponíveis na rede da Vigilância Agropecuária (Vigiagro), onde o fiscal pode abrir e checar.
A ideia é reduzir a burocracia e agilizar o transporte de cargas. “Enquanto o caminhão se desloca, o desembaraço da carne é feito. Quando ele chega no porto, esse processo ja está pronto, e ganha alguns dia no desembaraço da carne. O contêiner fica menos tempo parado no porto, agilizando o processo”, comenta Eduardo Mario Dias, coordenador do Gaesi. Com a digitalização, as informações podem ser distribuidas de maneira eletrônica a todos os órgãos envolvidos, como a receita federal e despachantes aduaneiros. Portanto, a fiscalização não precisa mais aguardar a carga chegar no porto, economizando alguns dias e, consequentemente, também economizando dinheiro.
O programa Canal Azul atualmente é testado em dez empresas, para carne bovina. A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, pretende implantar plenamente o sistema até dezembro deste ano, para toda a cadeia frigorífica. “Agora que a ministra aumentou o projeto, ele vai ser usado pra uma série de outras suprimentos, não só o bovino, e testado em nível nacional”, afirma Eduardo Dias.