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por Daniel Fassa

 

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Foto crédito: Cecília Bastos
Márcia Porto Ferreira: “O ser humano não tem uma previsibilidade do que vai acontecer necessariamente com ele. Assim como existem filhos biológicos que trazem grandes preocupações, há crianças adotadas que trazem também”


O gesto de Juciele e Alexandro destaca-se não só pela idade, mas também pelo número dos filhos adotados. Dados da Cejai-SP indicam que, em 2005, 99,32% dos pretendentes do Estado desejavam adotar apenas uma criança. Enquanto isso, segundo pesquisa do NCA/PUC-SP, grupos de irmãos eram 55,5% da população abrigada na cidade de São Paulo, reforçando o desequilíbrio entre pretensões e necessidades.

Para a psicanalista Márcia Porto Ferreira, é necessário investir em alternativas a fim de contornar a situação. Além de políticas públicas de redução da pobreza, ela aponta medidas como o apadrinhamento (ajuda financeira) e o abrigamento temporário nas chamadas famílias acolhedoras. Esse processo faz parte de um programa de governo que visa a dar um lar provisório a crianças com perspectivas de voltarem a suas famílias de origem. No entanto, ele não se aplica a menores cujos pais perderam ou estão em vias de perder o poder familiar, quando a adoção é a única opção.

Nesse caso, resta contar com uma mudança no perfil de intenções dos pretendentes. A psicóloga Sílvia Penha acredita que isso é possível: “Esse tem sido um dos esforços da Cejai, principalmente do Dr. Reinaldo [Cintra Torres de Carvalho, juiz secretário da Cejai-SP], que tem divulgado bastante esses dados. E o interessante é que a gente está vendo que já começa a mudar um pouco o perfil da criança pretendida”.

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