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Comportamento
por Daniel Fassa
fotos por Cecília Bastos e Francisco Emolo

 

 

Foto crédito: Francisco Emolo
A professora Yeda Duarte alerta que, com o acentuado envelhecimento populacional em curso no Brasil, os serviços de saúde pública têm que se adaptar às demandas especiais dos idosos.


Os países da região têm em comum o acentuado envelhecimento populacional, decorrente da redução da mortalidade infantil e do aumento da expectativa de vida. A pesquisa indica que a população de 60 anos ou mais terá, em média, dobrado pelo menos uma vez no período 1980-2025. “A população está envelhecendo mais rápido do que você consegue adotar políticas públicas adequadas para atendê-la. Envelhecer num país de primeiro mundo é diferente de envelhecer num país subdesenvolvido”, afirma Yeda Duarte, professora da Escola de Enfermagem e pesquisadora do Sabe em São Paulo. A docente ressalta que devido a doenças crônicas como hipertensão, artrose, reumatismo e diabetes, os idosos têm necessidades especiais que implicam numa adequação do sistema público de saúde.

Ela exemplifica: se um idoso vai ao posto de saúde com alguma queixa e o médico solicita um exame, não basta apenas marcar uma data de retorno. É necessário verificar como e onde ele vai fazer esse exame, se ele vai conseguir chegar ao local, entre outras coisas. A falta desse acompanhamento, muito comum no Brasil, somada às dificuldades de mobilidade e orientação próprias da idade, impede que o idoso dê andamento ao tratamento. Isso conduz ao agravamento do seu estado de saúde.

“A gente tem que mudar a maneira como olha. O resto é conseqüência. Não são grandes mudanças. É um prestar atenção. Se eu trabalho na unidade básica e atendo um grupo de idosos, sei que ele tem que fazer exames. Ele fez o exame? Por que não fez? O que faltou? Condução pública? Tem condução pública? O Atende [Serviço de Atendimento Especial, criado pela Prefeitura de São Paulo para transportar gratuitamente deficientes físicos de porta em porta] não pode levar esse idoso? Eu tenho que me mobilizar para isso”, opina Yeda.

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