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Comportamento
por Daniel Fassa
fotos por Cecília Bastos

 

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Foto crédito: Cecília Bastos
Para Leny Mrech, livre-docente da Faculdade de Educação, o contato com a arte é fundamental para a formação de crianças e adolescentes.

 

Foto crédito: divulgação
Formado por profissionais da área de saúde, psicologia e educação, o quarteto de MPB A Quatro Vozes desenvolveu um trabalho de formação musical na escolas públicas de São Paulo em 2007.


No entanto, diferentemente do que acontece no Japão ou nos Estados Unidos, o contato com a arte nas escolas brasileiras ainda é bastante reduzido, como constata a docente. Para ela esse quadro tem que mudar, de forma que, a partir da educação, as pessoas sejam sensibilizadas e se aproximem dos abundantes recursos artísticos disponíveis na atualidade. "Antes, tínhamos uma cultura reservada a poucos. Hoje temos acesso ao que quisermos pela internet, a um quadro que está no Louvre, a uma música do século 13. A arte está muito dentro da nossa vida, ela nos acompanha em cada momento", conclui.  

Em São Paulo, alguns passos nesse sentido já começaram a ser dados. Durante todo o ano de 2007, um quarteto de MPB chamado A Quatro Vozes promoveu formação musical em escolas públicas e nos Centros de Educação Unificados (CEUs), com o apoio das Secretarias Municipal e Estadual de Educação. Formado por Doralice, Jurema, Jussara e Tathiana Otaviano, o grupo realizou shows-oficinas em que fez muito mais que cantar para a criançada: explicou as origens de diversos estilos musicais, ensinou ritmos, disponibilizou instrumentos, contou histórias. Nos CEUs, as atividades eram mais voltadas aos professores.  

Formada em arte-educação, a cantora Jurema Otaviano conta que, nesse trabalho, viveu algumas experiências emocionantes. Certa vez, ela e as companheiras cantaram “A flor da África” – música que conta a história da vinda do povo negro ao Brasil – para um grupo de pequenos estudantes. Antes de soltarem a voz, elas fizeram uma dinâmica e falaram sobre a exploração desumana à qual aquele enorme continente havia sido submetido. “Eu disse que era importante que nunca mais deixássemos acontecer o que aconteceu com a África. Por isso seria importante que eles estudassem, o conhecimento seria sua arma”, conta Jurema. “Quando terminamos, veio uma menina de 8 anos e disse ‘você tem razão, existe muita coisa errada no mundo. Se a gente fizer a nossa parte como estudante, podemos contribuir no futuro'.”  

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