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Comportamento
por Maria Clara Matos
fotos por Francisco Emolo

 

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Foto crédito: Francisco Emolo
Martha Aldred revela que já melhorou muito com a ajuda dos exercícios

 

 

Foto crédito: Francisco Emolo
“Enfocamos aqui não uma atividade física com o máximo de desempenho, mas sim o trabalho em grupo, conversas e apoio”, enfatiza Waldemar Prado Ferreira


A professora Eliane aponta que os exercícios promovem a liberação de endorfinas e serotoninas, que atuam na auto-estima, na diminuição do estresse, da ansiedade, fadiga e perda de energia. Além disso, ela destaca que a participação e socialização em grupos são muito produtivas para os pacientes: “Eles se sentem apoiados e o fato de estarem em grupos ajuda muito na autoconfiança e em se sentirem apoiados em relação aos seus problemas”.

Martha Aldred, aluna das aulas de ginástica e física especialista em proteção radiológica do Instituto de Física, comenta que faz todas as aulas religiosamente: “Quando eu não faço, sinto falta. Às vezes eu acho que a ginástica faz mais bem do que a medicação. Estou querendo parar com o remédio e ficar só com os exercícios”. Mas o dr. Moreno chama a atenção para o fato de que os exercícios não podem atuar isoladamente.

Ele enfatiza que o exercício ajuda na depressão, porque além de funcionar como incentivo, também estimula o cérebro na produção de neurotransmissores. Isso provoca sensação de bem-estar no paciente. Mas adverte que as atividades físicas não podem ser utilizadas como antidepressivos, uma vez que sua atuação não se sustenta ao longo do tempo: “Parou o exercício, voltam os sintomas, diferentemente do que ocorre com os medicamentos, em que o paciente o toma uma vez ao dia e os efeitos se prolongam. Após o tratamento da depressão, suspende-se a medicação e os sintomas não voltam.”

No que se refere ao auxílio do exercício no tratamento a dependência química, André Malbergier, psiquiatra coordenador do Grupo Interdisciplinar de Estudos do Álcool e Drogas (Grea-Ipq-HC-FMUSP), afirma que a maior parte das pesquisas relacionadas ao esporte refere-se à dependência da nicotina. “Os trabalhos mostram que a atividade física como um todo pode ajudar nos resultados daqueles que pretendem parar de fumar.” Já em relação às demais drogas a recomendação é mais indireta, explica Malbergier. Mas ele não deixa de salientar que se o paciente é uma pessoa sedentária, obesa, ou tem dificuldade de mobilidade, os exercícios físicos só podem auxiliar no tratamento.

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