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Perfil
Por Maria Clara Matos
Fotos por Cecília Bastos

Foto crédito: Francisco Emolo e arte de capa do CD Pérolas aos poucos

Foto crédito: Francisco Emolo e arte de capa do CD Pérolas aos poucos

 

 

 

 

 

Foto crédito: Fernanda Serra Azul
Wisnik toca piano desde os 7 anos de idade. Segundo ele, sua mãe gostaria que um de seus filhos se tornasse músico


Música, literatura e futebol foram os formadores culturais de José Miguel Wisnik, ensaísta, músico, compositor e professor de literatura da USP

Tempo Sem Tempo foi dessas músicas que eu achei que era tão pessoal, que ninguém iria se interessar. Atualmente nos shows sempre começo com ela, não sei começar por outra.” Se José Miguel Wisnik faz a abertura de suas apresentações ao público com essa música, nada mais natural que entrar em seu universo por meio dela.

O tempo dá voltas e curvas/ O tempo tem revoltas absurdas/ Ele é e não é ao mesmo tempo. José Miguel Wisnik nasceu em outubro de 1948, em São Vicente, no litoral de São Paulo, onde morou até seus 18 anos. “Eu tive uma experiência de escola pública muito boa, com um ginásio e um colégio que foram formadores”, afirma. Além disso, ele destaca a intensa vida cultural que tinha na escola, com muito teatro e poesia. “Acho que esse é um dado da minha infância e adolescência importante para o fato de eu ser um professor da USP hoje.” Outra presença forte em sua infância era a música. Desde os sete anos de idade tocava piano: “Eu estudei piano, fiz o conservatório. Queria ser concertista e até toquei na Orquestra Sinfônica do Municipal como solista”.

Foi com a música Outra Viagem, cantada por Alaíde Costa, que Wisnik participou em 1968 do Festival Universitário da extinta TV Tupi. “Quando participei, eu tinha essa canção e mais uma ou duas.” Logo depois do festival conta que, de certa maneira, o mundo musical se desativou para ele: “Deixei a música, me formei em literatura e me tornei professor”.

O hoje escritor e músico comenta que teve um começo de vida musical erudita muito rico, mas quando entrou na faculdade de Letras sentiu-se dividido. Se por um lado a música que estudava era voltada para os séculos 18 e 19, por outro, a faculdade apresentava a ele o cinema de Glauber Rocha, o teatro e os festivais da canção. “Eu fiquei dividido entre a música e a literatura; o presente e o passado.”

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