Engenharia de Biossistemas premiada no SIICUSP

Lisiane, terceira da esq. para dir., e suas companheiras do GEbio durante o SIICUSP
Lisiane, terceira da esq. para dir., e suas companheiras do GEbio durante o SIICUSP

Lisiane Brichi fez parte de quase tudo na FZEA. Foi do centro acadêmico, participou da AIESEC como VP de finanças, da ENACTUS também na área de finanças e em um projeto ligado à uma cooperativa de reciclagem. Na Biossistec Jr. foi gerente e diretora do Departamento administrativo jurídico e financeiro. Também participou de duas edições do PEEG, Programa de Estímulo ao Ensino de Graduação, como monitora e por fim, de atividades de iniciação científica, ligadas ao GEBio – Sistemas e Engenharia, grupo de estudos coordenado pelos professores Fabrício Rossi e Tamara M. Gomes.

Tanto trabalho foi recompensado na última edição do SIICUSP (Simpósio Internacional da USP), onde seu projeto de Iniciação Cientifica foi premiado com uma menção honrosa.

1- Nos conte um pouco sobre o projeto que você ganhou a menção honrosa no SIICUSP.

Bem, o título do projeto o qual apresentei no SIICUSP  é “Taxa fotossintética do tomateiro-cereja em cultivo protegido sob a influência da interação entre Trichoderma spp. e preparados homeopáticos”.  O objetivo do mesmo foi avaliar a interação entre o Trichoderma spp. (fungo que tem a capacidade de promover o crescimento em plantas) e preparados homeopáticos ( que estimulam a defesa nas plantas e seu desenvolvimento), sobre a taxa fotossintética (assimilação de CO2) do tomateiro. Este trabalho enquadra-se na agricultura de bases agroecológicas, a qual abrange técnicas sustentáveis em todos os sentidos.

2- Durante a execução desse projeto quais foram as dificuldades que você teve para realiza-lo?

Acho que principalmente as medições da assimilação de CO2,  pois o aparelho que utilizamos para desenvolver o projeto , o IRGA (LI-6400 XT), apresenta uma certa complexidade de manuseio e não reage muito bem à condições adversas, apesar de ser incrivelmente funcional. Então havia dias em que eu, e muitas vezes meus amigos que ajudaram e muito no experimento, ficávamos 4 horas na estufa para realizar as medidas, mas nada saía de acordo. Pois, o tempo fechava, e bem, planta sem sol não faz fotossíntese haha.

3- Para quem ainda não sabe como o SIICUSP funciona, conte-nos um pouco as etapas de apresentação.

O SIICUSP atualmente está dividido em 3 etapas, inscrição e avaliação do projeto, apresentação com pôster na primeira fase e apresentação com pôster na segunda-fase. Após a primeira etapa de apresentação, os trabalhos em destaque são indicados à uma segunda etapa, e após esta segunda etapa, os melhores recebem uma premiação com uma menção honrosa.

4- Quando você entrou no curso imaginava atuar na área desse projeto?

Na realidade não (risos). No começo da graduação eu havia tido contato com duas outras áreas de pesquisa, muito interessantes também. Até que um dia, eu percebi que na realidade o que me cativava mesmo era a parte mais “agronômica” do curso, foi ai então que procurei o GEBio e os professores responsáveis pelo mesmo,  e até hoje me envolvo com as atividades do grupo.

5- Para você, qual a importância de realizar uma iniciação cientifica?

Acima de tudo, o desenvolvimento do senso crítico. A partir de uma IC o seu lado curioso e de julgamento passam a ficar muito mais aguçados, o que te leva a tornar-se muito mais questionador, e isso é ótimo! Imagina só se fôssemos sempre passivos em relação a tudo no nosso dia-a-dia, acho que outra raça teria dominado o mundo (risos).

6- E sobre o futuro, como você enxerga seus próximos passos? E como você vê o futuro da Engenharia de Biossistemas no Brasil?

Eu me interesso muito pela área de pesquisa, então pretendo ainda um dia seguir esta carreira. Quanto ao futuro da Engenharia de Biossistemas, vejo muitas portas abertas , pois somos o tipo de profissional que o mundo pede atualmente. Temos uma visão global, mas também muito minuciosa em diversos aspectos que envolvem o biossistema no qual vivemos. Além de sermos versáteis e críticos, pois a formação que recebemos ao longo de 5 anos nos provoca um espírito questionador e inovador.  Estou me formando em breve,  e o caminho ainda tem muitas pedras (como os amigos que já se formaram podem confirmar), porém a mudança ano a ano é perceptível. A cada turma formada, a sociedade nos conhece mais e mais, então sei que daqui uns 10 anos verei vários engenheiros e engenheiras de biossistemas em inúmeras posições de liderança, e como exemplos de inspiração.

Para saber mais sobre a última edição do SIICUSP veja aqui: http://www.usp.br/portalbiossistemas/?p=7284