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Em temporada gratuita, o espetáculo “Parto Pavilhão” estreia aqui no TUSP – Teatro da USP no próximo dia 22 de fevereiro e fica em cartaz até 17 de março. As sessões ocorrem de quinta à sábado, às 21h; e domingos, às 20h. A peça reconta a fuga de nove detentas com bebês de colo no CPP Feminino do Butantã em 2009, com direção de Naruna Costa e atuação de Aysha Nascimento, acompanhada no palco pela musicista Rebeca Gomes, escrita pelo dramaturgo Jhonny Salaberg. Trata-se de um solo cuja montagem encerra a “Trilogia da Fuga” – que anteriormente levou aos palcos “Buraquinhos ou O vento é inimigo do picumã” (2018) e “Mato Cheio” (2019).

Em “Parto Pavilhão”, Jhonny Salaberg transforma mais um fato episódico da realidade carcerária do país na dramaturgia onde o foco narrativo é a história da Rose, uma das detentas. “É um espetáculo que mergulha na perspectiva feminina através de um recorte que brinca com o documento e o realismo fantástico”, disse Salaberg, autor e ator do aclamado “Buraquinhos ou O vento é inimigo do picumã” (2018) — o segundo da trilogia, que foi indicado a Melhor Dramaturgia e premiado a Melhor Direção no Prêmio APCA.

Vencedora do Prêmio APCA e Aplauso Brasil de Melhor Direção, também por “Buraquinhos ou O vento é inimigo do picumã”, a diretora explica: “O ‘Parto Pavilhão’ é um convite ao útero da questão desse tipo de encarceramento: o das mães. É sim um retrato da realidade, mas não se trata de uma foto panorâmica. É close-up. Um convite a chegar perto da identidade de uma mulher que, ainda que seja um número para o sistema, é uma”.  Contudo, “Parto Pavilhão” é uma obra que carrega cinco anos de escrita dentro dos oito anos de pesquisa da Trilogia da Fuga, tendo outras duas montagens sobre o corpo negro em fuga ao longo do tempo passado e contemporâneo. Em “Buraquinhos ou O vento é inimigo do picumã” (2018), a fuga é localizada na contemporaneidade e em “Mato Cheio” (2019), ela esteve no passado colonial. Por isso a importância de Rose no fechamento desta trilogia e no futuro desses bebês. “Ela é a chave que fecha a trilogia e abre a possibilidade de futuro”, disse o autor.

Sinopse

Rose, uma detenta antiga de uma casa de acolhida, ajuda as mães reclusas a cuidar de seus filhos e a suportar o peso dos dias dentro das celas e dos berços. Já foi mãe dentro do presídio e conhece o sofrimento das mulheres que entram pelos portões. Sabe do cotidiano, dos caminhos de notícias, das reviravoltas dos maiores, das cólicas dos menores e da saudade que sente de seus filhos. Tudo muda quando, durante um jogo da seleção brasileira e costuras em pontos de tricô, ela ajuda a libertar dezenas de mães com seus bebês no colo.

Pesquisa “Trilogia da Fuga”
Parto Pavilhão” integra a terceira e última etapa de uma pesquisa sobre o genocídio do corpo negro e a fuga pela sobrevivência, tendo como disparadores anteriores os espetáculos: “Mato Cheio” e “Buraquinhos ou O vento é inimigo do picumã“. Ambas as peças deram título a livros homônimos publicados na Coleção Dramaturgia pela Editora Cobogó, selo que também publica “Parto Pavilhão“, em 2021. A pesquisa das três obras que compõem Trilogia da Fuga é ancorada na noção de Leveza proposta pelo escritor italiano Ítalo Calvino no livro “Seis propostas para o próximo milênio”. Nessa perspectiva, busca-se uma abordagem cujo modelo narrativo encontra espaço para ressignificar temáticas densas, como uma ferramenta de resistência e reação ao peso do viver. Assim, no caso de “Parto Pavilhão”, a Leveza busca responder a seguinte questão: de que modo é possível falar de mulheres negras e mães no sistema carcerário feminino de uma forma acolhedora?

Ficha Técnica
Idealização e Dramaturgia: Jhonny Salaberg
Direção: Naruna Costa
Atuação: Aysha Nascimento
Musicista em cena: Rebeca Gomes
Direção musical: Giovani Di Ganzá
Preparação de corpo: Malu Avelar
Cenografia e figurino: Carol Gracindo
Desenho de luz: Gabriele Souza Operação de luz: Beatriz Nauali
Sonoplastia e operação de som: Tomé de Souza
Identidade Visual: Sato do Brasil
Fotos: Edu Luz
Assessoria de imprensa: Rafael Ferro
Produção executiva: Washington Gabriel
Produção jurídica: Corpo Rastreado

Parto Pavilhão | 22 de fevereiro a 17 de março de 2024 
Quintas, sextas e sábados*, às 21h;
Domingos, às 20h
* Sessões extras às 18h nos dias 02, 09 e 16/03

60 min. | 14 anos | 50 lugares | Gratuito
Ingressos na bilheteria 1h antes de cada sessão.