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ENSAIOS COREOGRÁFICOS é um programa de ação continuada do TUSP que reúne artistas e pesquisadores das mais variadas tendências em dança, performance e artes do corpo. em sua estreia em 2018, recebeu o Prêmio Denilto Gomes em Difusão em Dança da Cooperativa Paulista de Dança.

Agora, entre 10 e 13 de novembro de 2022, o TUSP tem o prazer de apresentar a quinta edição do programa, intitulada ARTÍFICES DO CORPO:

No encadeamento de um bordado, há um ajustamento da mão e dedos, conectados com a retina, além do ambiente no qual esse corpo se faz em ação – nesse caso, dançar.

Quem dança borda no corpo. Mas não basta bordar e dançar, há o desejo de fazê-lo bem. Evocamos Richard Sennett quanto ao tema da habilidade artesanal, que estabelece uma relação direta entre as habilidades do artífice e a esfera do desejo, na vontade de fazer bem o trabalho. Compreendemos que quem dança está sempre tecendo no corpo outras possibilidades de estar neste mundo. No trabalho da dança, criamos voando com os pés no chão.

Nos ENSAIOS COREOGRÁFICOS reúnem-se, a cada encontro, dois artistas e um mediador para a apresentação de ensaios abertos – a fim de revelar as especificidades do trabalho dos artistas –, seguidos de debates sobre seus diferentes modos de organização e de como se dá a mediação entre esses artistas, as linguagens e o público.

V ENSAIOS COREOGRÁFICOS / 2022: ARTÍFICES DO CORPO | de 10 a 13 de novembro de 2022 (qui/sáb, 20h; dom, 18h) | gratuito | 14 anos

10/11, qui, 20h / Wolnei Macena / Raul Rachou / Provocador: Ipojucan Pereira

11/11, sex, 20h / Rubia Braga / Osmar Fusion / Provocadora: Cléia Plácido

12/11, sáb, 20h / Camila Venturelli / Marta Soares / Provocadora: Valéria Cano Bravi

13/11, dom, 18h / Claudia Palma / Roberto Alencar / Provocadora: Miriam Druwe

Artistas & Provocadores

Programa 1: 10/11, qui, 20h
Raul Rachou // “azul sem jardim”, um ensaio fora do texto

Experimento, no processo de criação e encadeamento do discurso do corpo que se organiza em dança, dissecado do seu texto original de azul-jardim, dirigido por Renan Marcondes, trabalho que comenta o filme “Blue” e o romance do artista com o seu diretor, Derek Jarman.

Estudou dança moderna com Ruth Rachou e dança contemporânea com Helena Bastos. De 1979 a 2015, dirigiu a Escola de Dança Ruth Rachou. Criador-intérprete do Grupo Musicanoar desde 1993. Pertence à primeira geração de instrutores de pilates em São Paulo, atuando desde o início da década de 90 e desenvolvendo desde então uma abordagem muito própria em relação a este método, designada por ele, “pilates somático”.

Wolnei Macena //  Jiva, a Alma

Releitura de uma obra original de 1990, inspirada na escritura sagrada da Índia Antiga, o Srimad Bhagavad Gita, interpretada por um dos seus grandes mestres Sua Divina Graça Srila Bhakti Raksak Sridhar Dev-Goswami Maharaj. Nesta atualização as instalações, se fazem presentes ilustrando não só a reflexão do artista, mas, também, sensibilizando aquilo que está dentro de cada um de nós, a Alma.

Multiartista que atua como performer explorando o movimento através da dança e das artes visuais. Como bailarino atuou no Ballet Teatro do Bexiga, Ópera Paulista, Canvas entre outras. Como coreógrafo, seu trabalho “Re-verso” foi vencedor do Duo 60+ no Festival de Joinville/2022 interpretado por Eliana Favarelli e Beto Regina. Como intérprete-criador concebeu nos últimos 3 anos as obras: O tanto que te quis, Jiva, a Alma, ANATTA Insubstancialidade, contemplado no Edital Acessibilidança/FUNARTE, Mandala, finalista do Dancine Festival e Abraça-me

Ipojucan Pereira // provocador

Doutor em Artes Cênicas pela ECA-USP e docente na Universidade Anhembi Morumbi (UAM). Autor do livro “O Teatro Essencial de Denise Stoklos: caminhos para um sistema pessoal de atuação”, atualmente desenvolve uma pesquisa sobre Mascaramento Espacial. Diretor e ator do Grupo Teatral Isla Madrasta, tem uma experiência ligada ao Teatro Físico, do contato com a Dança Contemporânea, a Mímica, a Performance e o Teatro de Formas Animadas.

Programa 2: 11/11, sex, 20h
Rubia Braga // Formas Transitórias

O trabalho solo investiga o movimento como uma ação de presentificar: tornar(-se) presente, real. Na relação entre o corpo e o intangível, o que se pode entrever? Divisar? Aqui o movimento é experienciado na sua concretude e evanescência, onde, aquilo que se dá a ver, logo se transmuta em outros estados presentes do corpo. Uma tessitura fragmentada, incompleta e indistinta. Uma errância corporal ensimesmada. Uma carto(coreo)grafia de ausências.

Artista do corpo, pesquisadora e criadora em dança. Bacharel em Comunicação das Artes do Corpo pela PUC-SP. Fez uma longa formação em estudos de corpo e movimento no Estúdio Nova Dança (SP) e estudou práticas orientais de movimento. Criou o solo de dança “Zona Provisória”, o qual se desdobrou em alguns outros trabalhos-experiências: “Frestas” e “Fugaz (ou sobre aquilo que me escapa)”. Durante sete anos integrou, como bailarina convidada, o Núcleo Artístico da artista da dança Vera Sala, colaborando na pesquisa e criação de diversos trabalhos.

Osmar Fusion // Gesso

Proposta que nos leva a refletir sobre tudo que nos paralisa, nos reprime, nos revolta, nos deixa estagnados, ou nas muitas das vezes que pensamos estar livres e algo vem e nos aprisiona e nos deixa imóveis.  E mesmo assim lutamos, buscamos meios e motivos para seguir em frente, como água correndo em direção ao mar.

Praticante e pesquisador das danças urbanas há 30 anos, atua como diretor, coreógrafo e dançarino da Cia Fusion Funk São José dos Campos (SP). Arte Educador há 21 anos, passou por vários projetos e programas no Vale do Paraíba e São Paulo, dentre eles o Vocacional e Programa e as Fábricas de Cultura. Lecionou Danças Urbanas por dois anos, em Barcelona. Produtor cultural dos eventos Hip Hop Don’t Stop, Sexta na Vila, Ajas Jam Groove, Danças Sociais: Vivências de Funkstyle e Segue o Baile: Bailes Black no Vale; empreendedor, é dono da marca Life Style.

Cléia Plácido // provocadora 

Bailarina, professora, educadora do movimento somático BMM, atual presidente do conselho da Cooperativa Paulista de Dança. É mestranda em Artes pela UNESP onde pesquisa dramaturgias para um corpo afro diaspórico. Praticante de capoeira Angola adora poesia, filosofia e movimento. Diretora e bailarina no Núcleo de Dança Menos 1 Invisível, desde 2018 vem desenvolvendo investigação em torno da presença do corpo negro na Dança contemporânea sob o ponto de vista da imigração africana através dos projetos “Naufrágios” e “Mergulho”.

Programa 3: 12/11, sáb, 20h

Camila Venturelli // Partituras para mãos

Partituras para mãos são situações coreográficas que propõem experiências de encontros através das mãos. Tendo partituras verbais como ponto de partida, cada encontro de mãos tece diferentes dramaturgias de tensões e afetos, gerando relações dinâmicas, poéticas e imprevisíveis.

Artista da dança, pesquisadora e professora. Mestre em Artes Cênicas pela USP, bacharel em Comunicação das Artes do Corpo pela PUC-SP. Fundou e dirige, desde 2015, o Laboratório de Manuseio Coreográfico, plataforma de pesquisa e criação em dança com a qual estabelece diferentes parcerias para o desenvolvimento de uma pesquisa interessada nas relações entre gesto, cotidiano e coreografia. Como bailarina, coreógrafa e preparadora corporal, desenvolve também outros projetos em parcerias com artistas e companhias.

Marta Soares // Processo de Criação Bondages

Palestra performance que tem por foco o processo de criação do espetáculo “Bondages”, cujo ponto de partida é uma série fotográfica  desenvolvida pelo fotógrafo surrealista alemão Hans Bellmer nos anos 50 durante a qual ele submeteu o corpo feminino à experimentação direta através de amarrações que tiveram como objetivo a sua remodelação à partir de dobras que foram fotografadas de diferentes pontos de vista.

É performer e coreógrafa. Entre os seus trabalhos destacam-se: “Les Poupées” (Prêmio APCA 1997), “O Banho” (Prêmio APCA 2004), “Vestígios” (Prêmio APCA 2010), “Deslocamentos” e “Bondages” (Prêmio Denilto Gomes 2017). Recebeu a Bolsa para Artistas da Fundação Japão através da qual estudou dança butô com Kazuo Ohno em Tóquio e a Bolsa para Pesquisa e Criação Artística da Fundação John Simon Gugghenheim. É mestre em Comunicação e Semiótica e Doutora em Psicologia Clínica pela PUC/SP onde lecionou na Programa Comunicação das Artes do Corpo (1999/2012).

Valéria Cano Bravi // provocadora

Pesquisadora, coreógrafa, professora universitária. Desde de 1996 pesquisa questões da dramaturgia e antropologia do corpo, acompanhando e participando de diferentes processos de criação dançantes. Foi docente e coordenadora do curso de Dança em Licenciatura e Bacharelado da Universidade Anhembi Morumbi (1999-2019). Mestra em Artes Cênicas – ECA/USP. Bacharel em Ciências Sociais com pós-graduação em Antropologia pela FFLCH/USP.

Programa 4: 13/11, 18h

Claudia Palma // Um outro corpo: desdobramentos

As veias correm pelo meu corpo pelas minhas pernas pela minha boca. Captar o mundo e devolver a ele. A força dos cataclismos de que somos vítimas como sujeitos de uma sociedade inquieta, violenta e depressiva, dirigiu nosso olhar para o mundo interno dos gestos e movimentos que trazem consigo uma carga expressiva capaz de acordar a memória de Um outro corpo. Um corpo talvez mais sensível e desperto para a realidade simbólica do mundo interior, ao investigar questões relacionadas com amor e morte, a partir de imagens corporais carregadas de memória e repletas de sons e silêncio.

Diretora artística da iN SAiO Cia. de Arte Companhia de Dança Independente da Cidade de São Paulo. Graduada pela FEFISA (Faculdade de Educação Física de Santo André). Sua formação em dança abrange Técnica Clássica e Moderna e as múltiplas tendências relacionadas à área da Dança Contemporânea. Foi Coordenadora de Equipe no Projeto Vocacional Dança – SMC/DEC e vice-presidente da Cooperativa Paulista de Dança.  Professora no curso de Pós-Graduação em Dança e Consciência Corporal na Universidade Estácio de Sá, FMU e USCS. É eutonista pelo IBE (Instituto Brasileiro de Eutonia). Trabalhou com grandes companhias como Balé da Cidade de São Paulo, Cia Cisne Negro, República da Dança e Grupo de Dança Casa Forte.

Roberto Alencar//Incunábula 

Performance solo que evidencia o processo de construção de imagens e corporalidades produzidas por um artista que desenvolve, há mais de uma década, uma pesquisa de linguagem que foca no trânsito do corpo entre a dança e o desenho. (Vídeo – Ficha técnica: Intérpretes: Roberto Alencar e Renata Aspesi. / Captação: Zeca Bittencourt / Desenhos e edição: Roberto Alencar / Música: Dan Maia)

Ator, bailarino, coreógrafo e artista visual, fundou em 2010 a Companhia Incunábula para pesquisar diálogos e interações entre a dança contemporânea e as artes visuais. Concebeu e dirigiu os espetáculos: “Um Porco Sentado” (2010), “Alfaiataria de Gestos” (2012),  “Zoopraxiscópio” (2014), “Aglomerado” (2020) e “O Olho da Agulha” (em parceria com Laboratório Siameses, 2022). Por onze anos integrou o elenco da Cia. Carne Agonizante, sob direção de Sandro Borelli. Desde 2014 faz parte do coletivo GRUA – Gentlemen de Rua. Entre os profissionais com quem trabalhou estão Renata Melo, Lu Favoreto, Sônia Mota, Vanessa Macedo,  José Possi Neto, Elias Andreato, Cibele Forjaz, Mauricio Paroni e José Celso Martinez Corrêa, Hector Babenco, Maurício Farias, Sérgio Rezende e Helena Ignez.

 Miriam Druwe // provocadora

Graduada em Artes Visuais pela Faculdade Paulista de Artes, diretora, intérprete criadora com formação clássica e moderna. Participou das principais companhias profissionais de dança de SP como: Balé da Cidade de SP, Cisne Negro Cia de Dança, Republica. Diretora e coreógrafa da Cia Druw. Premiada pela APCA em 1993 como melhor bailarina e indicada ao APCA 2019 como intérprete. Desde 1996 vem desenvolvendo uma linguagem própria estruturada em aulas de dança contemporânea, criação e composição para companhias profissionais e projetos de formação.