Sala 39

Ocorre no MAC-USP a Exposição “Volta do Avesso ao Avesso – Espanha na Bienal de São Paulo”

Em parceria com centro cultural espanhol, o museu apresenta mostra que reúne trabalhos de artistas espanhóis que participaram da Bienal de São Paulo por delegações não-espanholas

“Ásia”, 1951, óleo sobre tela de Antoni Tàpies, um dos destaques na mostra. Foto: Paloma Lazzaro Saliba

Por: Couto, Jasmin, Pedro Malta, e Samuel Cerri

Editora: Paloma Saliba

A partir de uma colaboração com o Centro Oscar Niemeyer de Avilés, de Astúrias, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) apresenta a exposição “Volta do Avesso ao Avesso”. Essa, conta com 40 obras de espanhóis que participaram da Bienal de São Paulo fora da delegação de seu país, ocorrendo entre os dias 11 de março e 04 de junho.

No acervo, selecionado pela curadora espanhola Genoveva Tusell, podem ser vistas obras de Pablo Picasso, Joan Ponç, Rafael Canogar, Antoni Tàpies, dentre vários outros. Conforme Ángel Amboage, coordenador de atividades do Centro Niemeyer, “O fio condutor de toda a exposição é a relação que as artes plásticas têm mantido com o poder nos sucessivos contextos políticos em Espanha, desde a ditadura militar franquista que ocorreu em Espanha de 1939 a 1975, a transição para a democracia e o atual período. […] O mais representativo de toda a amostra é a enorme diversidade formal e temática que, afinal, evidencia a complexa relação que as artes mantêm com o poder político e evidencia a necessidade de explorar novas linguagens artísticas na dupla face dos modos. de expressão que permitem escapar das restrições e opressões”.

“Muher na poltrona n 4”, 1949, litografia de Pablo Picasso. Foto: Paloma Lazzaro Saliba

Amboage também afirma que “o visitante pode sair da sala de exposições com um mapa geral dos principais expoentes da arte contemporânea espanhola e das correntes, temas e formas que moldaram seu desenvolvimento nos últimos setenta anos […] A proposta é mostrar a relação que ambos os países ibero-americanos mantiveram, buscando estreitar os laços entre eles ao mesmo tempo em que mostra uma parte menos conhecida da história da arte contemporânea”.

A primeira obra é “Mini David”, 1969, escultura metálica de Miguel Berrocal. A segunda obra, mostra uma criação sem título (Série “Torturas”), 1956, nanquim, têmpera e lápis de cor sobre papel de Joan Ponç. Fotos: Paloma Lazzaro Saliba

Grande parte do acervo é proveniente do período da Ditadura de Francisco Franco (1939-1975), que impôs a censura em diversas formas de expressões artísticas. Os artistas espanhóis críticos ao regime que participaram da primeira Bienal em 1951 representaram outros países, ao passo que a partir da segunda Bienal a arte espanhola se transformou em um instrumento de propaganda do governo, “apesar de que em muitas obras estavam presentes críticas ao regime”, aponta Tusell.

“Liberdad encarcelada”, 1971, óleo sobre madeira, poliéste e fibra de vidro de Rafael Canogar. Foto: Paloma Lazzaro Saliba

A amostra ocorre de terça a domingo das 10 às 21 horas no terceiro andar do MAC USP (Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301 — Vila Mariana). Entrada e estacionamento gratuitos.

Conheça o expediente do Jornal