ISSN 2359-5191

31/05/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 09 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Matemática e Estatística
Matemática da USP decodifica códigos de barras

São Paulo (AUN - USP) - Os enigmáticos códigos de barras, presentes em praticamente todos os produtos que compramos, ficaram menos misteriosos depois que o professor Francisco César Polcino Milies, do Instituto de Matemática e Estatística da USP revelou recentemente alguns de seus segredos.

O código de barras utiliza o sistema binário, ou seja, é composto por zeros e uns – neste sistema, cada zero é uma linha branca, enquanto uma linha negra representa o 1. Cada número do código é formado por sete dígitos. As linhas apresentam diferentes grossuras (três no total) porque são vários zeros ou uns juntos.

O Brasil, assim como a grande maioria do mundo, utiliza o padrão europeu EAN (European Article Number – Número de Artigos Europeu), em desfavor do UPC (Universal Product Code – Código Universal de Produtos), usado somente por Estados Unidos e Canadá. A grande diferença está no número – o código europeu é formado por 13 números, contra 12 do americano.

O professor, perguntando a si próprio, seguia explicando o funcionamento do código. Por exemplo, ele se perguntou: “como é que, não importando se o produto é passado da direita para a esquerda ou da esquerda para a direita, o leitor pode compreendê-lo, se ele lê o código em uma certa ordem?”.

Simples. Nas barras, estão inscritos dois códigos, e não apenas um. Ele atentou para o fato que, nos códigos de barra, há algumas linhas duplas, mais compridas que as outras. Elas marcam o começo e o fim de cada código. Quando se passa o produto na frente do leitor, ele percebe se deve utilizar o código da direita ou da esquerda.

Impassível, o professor então se perguntou: “Mas como é que o leitor sabe, afinal, que lado é o direito e qual é o esquerdo?”. Novamente, através de um sistema simples, porém engenhoso. No lado esquerdo, o número de uns sempre é impar. No direito, ocorre o contrário.

Polcino demonstrou que há um padrão para a escolha dos números. O primeiro número do código representa o artigo do produto; revistas, por exemplo, possuem como primeiro número o 9. O segundo número corresponde ao país (7, para o Brasil); o terceiro o produtor; os outros menos o último são o produto per se.

Número de Segurança

Foi no último número que o professor dedicou especial atenção, pois este seria o número ou código de segurança. Quando por motivos diversos o leitor não consegue ler o código, e é necessário a sua entrada manual, o número de segurança ajuda a corrigir eventuais e corriqueiros erros de digitação.

Polcino afirma que este método que não envolve cálculos matemáticos avançados corrige 90% dos erros de digitação, porém esta porcentagem de acerto vale apenas para um dígito errado. Caso a pessoa que digite o número erre muito, “não há cálculo que garanta a correção”, afirma o professor. Ele mencionou outras fórmulas de cálculo de número de segurança (as antigas cédulas alemãs de marcos utilizavam um código para cada dígito), mas afirmou que são muito complicadas para um sistema que não necessita de tanta precisão.

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br