ISSN 2359-5191

31/05/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 09 - Ciência e Tecnologia - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Deficiências em clones serão debatidas pela Faculdade de Veterinária da USP

São Paulo (AUN - USP) - Pouco se sabe sobre o porquê da morte de diversos clones pouco depois de seu nascimento. O fato, entretanto, é recorrente e de bastante relevância. Em julho será apresentado, no XII Encontro Nacional de Patologia Veterinária (ENAPAVE), pelo professor Paulo Cesar Maiorka, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ-USP), um estudo pioneiro sobre patologias recorrentes em animais clonados.

Esse estudo foi realizado a partir da necropsia de sete bezerros clonados, nascidos na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de alimentos (FZEA –USP). Os animais morreram entre um dia e uma semana após o nascimento. Dois eram clones originados de células embrionárias e cinco de células somáticas.

Os principais problemas constatados por Maiorka nos clones de célula embrionária foram alterações hemolinfáticas, malformação do sistema nervoso e malformação craniofacial. Já nos clones de célula somática, as deficiências eram outras: alterações hemolinfáticas, cardiovasculares e respiratórias; malformação cardíaca e alteração renal. Além disso, quatro desses animais nasceram muito grandes (portadores da Síndrome do Bezerro Gigante – SBG).

De acordo com o professor Maiorka, estas deficiências estão relacionadas com o desenvolvimento embrional, ou seja, os embriões não se desenvolveram da forma programada. “Existem duas hipóteses, apresentadas num trabalho internacional do ano passado. Ou é um problema epigenético, resultante da reprogramação genética; ou os fatores de crescimento utilizados para a manutenção do embrião na situação in-vitro estão favorecendo o crescimento somático exagerado”. Interessante notar que, por ser formada por tecidos embrionários, a própria placenta dos animais clonados apresenta diversas alterações morfológicas e funcionais.

Em julho, a equipe de Maiorka apresentará no XII ENAPAVE, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), um artigo experimental sobre a causa de morte destes sete animais. “Há somente um trabalho publicado sobre patologia de clones. Entretanto, ele tem muito pouco resultado de patologia, pois foram os clínicos ou os geneticistas que fizeram a necropsia dos animais. Mas nós, aqui da faculdade, contamos na equipe com a participação de patologistas. Assim, temos a descrição de certas malformações cardíacas que o trabalho publicado não apresenta, pois ele só discute de forma bem genérica algumas das doenças que os clonados têm. Nós fizemos as necropsias e as documentamos, tiramos fotografias, medimos e pesamos os bezerros. É um trabalho bem original. Acho que será publicado em breve”, explica Maiorka.

O XII ENAPAVE ocorrerá entre os dias 16 e 21 de julho de 2005, na UFMG, em Belo Horizonte. Para maiores informações, acesse o site http://www.congresseventos.tur.br, envie e-mail para eventos@congresseventos.tur.br ou ligue para (31) 3273-1121.

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