ISSN 2359-5191

22/06/2005 - Ano: 38 - Edição Nº: 12 - Ciência e Tecnologia - Instituto Butantan
Amostras de animais ganham brilho novo em microscópio confocal

São Paulo (AUN - USP) - Microscópio de Varredura Laser Confocal. O nome pode parecer complicado, mas este novo aparelho poderá ser responsável por uma considerável diminuição do tempo gasto nas pesquisas desenvolvidas pelo Instituto Butantan. A fim de atender à necessidade de capacitação dos pesquisadores, uma equipe liderada por Aurora Marques Cianciarullo organizou um ciclo de palestras que dura até quarta-feira, 15 de junho, com cientistas de empresas norte-americanas e brasileiros da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto de Biociências da USP (IB-USP), que já possuem o equipamento há mais tempo.

O CLSM (Confocal Laser Scanning Microscope, nome em inglês) consiste em um microscópio invertido ao qual se incorpora um equipamento de laser para realizar os cortes nos animais. Com o uso correto de corantes fluorescentes, ele consegue montar rapidamente modelos computadorizados em 3D. De acordo com o corante utilizado, pode-se destacar a estrutura celular desejada das demais, facilitando o estudo.

Nos três dias do curso, os pesquisadores do Instituto aprendem técnicas para o uso de substâncias fluorescentes nas amostras a serem submetidas à análise no microscópio confocal. “Na verdade, é um aparelho um tanto sofisticado, então é preciso ter apenas uma pessoa altamente especializada responsável pela manipulação do aparelho. Os palestrantes vão orientar os nossos pesquisadores mais quanto à preparação das amostras”, diz Aurora. Além de pesquisadores da Fiocruz e do IB-USP, estão presentes também cientistas da Molecular Probes, da Chemicon International (indústrias bioquímicas) e da Nikon (do setor fotográfico), patrocinadoras do projeto.

A aquisição do equipamento se deu pelo sistema multiusuário da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) em julho de 2004. Por meio dele, equipamentos de alto custo são divididos por muitos pesquisadores. “Esse microscópio tem 25 projetos. Quase todos os laboratórios têm alguém envolvido, é multidisciplinar mesmo. Insetos, artrópodes, no meu caso, moluscos.”, diz Toshie Kawano, da divisão de Parasitologia.

Toshie, cuja atual pesquisa trata do estudo da embriologia dos caramujos do gênero Biomphalaria, vetores de transmissão da esquistossomose, destaca a possibilidade de trabalhar com amostras vivas no novo microscópio. “Temos que conhecer bem as condições de desenvolvimento desse vetor para poder atacá-lo”, declarou. A esquistossomose, também conhecida como barriga d´água, atinge de cinco a seis milhões de pessoas somente no Brasil. “O pesquisador (Chris Sloan, da Chemicon) mostrou segunda-feira uma reação que demorava seis dias e que, com a fluorescência, caiu para uma hora. No meu caso, a economia pode chegar a um ano, porque você evita a parte de histologia, corte, coloração... Dá para usar animais vivos e ter resultados consistentes em poucos dias”, conclui.

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br