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por Talita Abrantes
Fotos por Cecília Bastos


De volta aos campos, como técnico, Enio decidiu investir na formação da categoria de base do Universo Beisebol Clube

 

 

 

foto crédito: Cecília Bastos
"Se tenho condições de fazer algum favor, ensinar algo que sei, eu gosto de fazer isso"

 


A vida de mascote acabou aos sete anos, quando Enio passou a treinar beisebol no Universo Beisebol Clube, em São Miguel Paulista, mas só aos 13 começou a participar de campeonatos na categoria infantil. Com 30 anos, o engenheiro resolveu aposentar os tacos e luvas. Motivo? Tornou-se pai.

Se o nascimento da filha Juliana o impeliu a deixar o esporte, o amor que nutre por ela o convenceu a retornar para o beisebol. Em um dos campeonatos da escola de Juliana, Enio percebeu o medo que a menina tinha da bola. Logo descobriu o antídoto: incentivá-la para treinar softbol no clube Universo.

"No soft as jogadas são mais rápidas. Se ela conseguisse pegar a bola, iria perder o medo", argumenta. Juliana, então com 13 anos, não gostou da idéia. Mesmo assim, Enio persistiu. "Foi a única atividade que eu a obriguei a praticar."

Torcedor assíduo dos treinos da filha, logo foi convidado para ser técnico da equipe. No entanto, coordenar Juliana em campo não foi uma boa opção. "Ela reclamava que eu a pressionava muito". Graças a isso, Enio passou a recrutar crianças de até 10 anos para a criação de uma categoria de base, o T-boll, dentro do clube Universo. A idéia, segundo ele, era ensinar os pequenos a gostar do esporte.

Aos 19 anos, Juliana saiu de campo para se dedicar mais aos estudos, mas assumiu o posto de assistente do pai na equipe. Se, por um lado, Enio ganhou uma ótima mediadora no relacionamento com as jogadoras, por outro, teve que aprender a confiar mais na intuição e sabedoria da filha. "Como técnico, eu achava que sabia das coisas. Nunca a ouvia", conta. A esposa, Heiko Julia Morimoto, então o aconselhou "a deixar a menina se sentir mais útil". Ele concordou e passou a "dar carta-branca" para Juliana. "Em muitos jogos, se talvez eu tivesse feito da minha maneira, teríamos perdido", confessa.

Em 2003, uma prima de Enio, graduanda da Farmácia, o convidou para ser técnico do time de softbol da faculdade. Ele aceitou, mas com uma condição: não estaria ali só para vê-los brincar. Graças a isso, nos campeonatos, a equipe pulou da chave bronze para a chave prata.

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