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Livres do tabaco
Faculdade de Medicina e Hospital das Clínicas aliam proibição ao tratamento antitabágico no combate ao fumo
"A cada três pessoas que começam a brincar de fumar, uma vai fumar para o resto da vida", afirma o pneumopediatra do Hospital Universitário, João Paulo Becker Lotufo
Para Maria Cristina dos Santos Faustino, especialista em museologia do Museu de Anatomia Humana, o uso de peças anatômicas afetadas pelo tabaco durante a campanha pode influenciar a postura das crianças frente ao cigarro
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De acordo com Maria Cristina dos Santos Faustino, especialista em museologia do MAH, a idéia é analisar os efeitos deste tipo de campanha na concepção dos estudantes sobre o fumo. "Um dos intuitos é fazer com que a criança, ao saber quais são os males do tabaco, estimule seus familiares a parar de fumar, enquanto ela mesma se sentirá sensibilizada a não experimentar o fumo", explica.
Lucas, de 13 anos, aluno do Colégio Universitário de Alphavile, entrou para este grupo. "Quando você está com seus amigos muda muita coisa. Os moleques já me ofereceram cigarro, mas eu disse que não", conta. "Minha mãe fuma e falo para ela não fumar. Se eu experimentar, que exemplo vou dar para ela?" Ana Carolina, da mesma turma de Lucas, também diz não gostar do vício da mãe. "O cheiro é insuportável e eu já tive um avô que infartou por causa do cigarro. Por isso, não gosto mesmo", assegura. Dona do melhor cartaz sobre tabagismo da escola, a menina diz se orgulhar por nunca ter experimentado. "Conheço muita menina da minha idade que tem sérios problemas com cigarro."
Ver de perto os danos que a nicotina causa ao corpo humano pode, na opinião de Maria Cristina, influenciar a postura das crianças pelo resto de suas vidas. "Elas nunca mais se esquecerão o que é um pulmão, onde ele está e as conseqüências que o fumo traz para este órgão", acredita. Segundo a especialista, a idéia é dar subsídios aos professores para que eles continuem o trabalho. "Pretendemos enviar periodicamente um jornal para as escolas sobre o tema e, assim, deixar um núcleo na escola", planeja Lotufo.
Se os resultados forem positivos, o grupo irá pleitear investimento da Fapesp para expansão do programa. Com isso, no próximo ano, há a possibilidade de juntar ao projeto uma campanha antiálcool, e, posteriormente, um trabalho contra a gravidez precoce. "Estas três coisas ocorrem ao mesmo tempo. É nesta faixa etária que o pessoal está começando a fumar, beber e a ter relações sexuais irresponsáveis", admite o pneumopediatra. De acordo com ele, houve uma época que 10% dos partos feitos no HU eram de meninas abaixo de 14 anos.
Confira como o cigarro está sendo combatido na USP lendo a matéria "Livres do tabaco". |